Multas de candidatos já somam R$ 2,7 milhões
Alexandre Bastos 16/07/2014 13:09

As multas aplicadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio de Janeiro a Anthony Garotinho (PR), Luiz Fernando Pezão (PMDB) e Lindberg Farias (PT) já chegam a R$ 2,7 milhões. É 1,5% do que os três pretendem gastar na campanha eleitoral juntos, R$ 170 milhões. Só de multas desembolsarão, se confirmadas pelo Tribunal Superior Eleitoral, três vezes o que têm reunidos Psol, PSTU e PCB para divulgar seus indicados: R$ 910 mil (R$ 750 mil, R$ 150 mil e R$ 10 mil, respectivamente).  O deputado federal Anthony Garotinho é o campeão deles. Recebeu dez multas, que somam pouco mais de R$ 1 milhão. Sua campanha pretende usar R$ 25 milhões. Em seguida, vem o governador Luiz Fernando Pezão. Com nove infrações, terá de desembolsar R$ 735 mil, enquanto sua campanha estima ter R$ 85 milhões para gastar. Embora tenha seis infrações, a dívida do senador Lindberg Farias está em R$ 966 mil. Ele descumpriu, segundo o TRE, uma liminar, aumentando o valor a pagar. Os gastos eleitorais dele devem ficar em R$ 60 milhões.

"Pobres" candidatos - Nenhum centavo sairá do bolso dos candidatos que, a considerar o que declararam à Justiça Eleitoral, ficariam pobres e endividados. Garotinho declarou patrimônio de R$ 303 mil. Já os bens de Pezão (R$ 252 mil) um terço das multas. E Lindberg tem um quinto (R$ 189 mil) do que a Justiça cobra.  Um dos líderes da corrida ao Palácio Guanabara, Marcelo Crivella (PRB) foi multado em R$ 15 mil, mas sua punição foi anulada pela Justiça Eleitoral. “Eu não queimo largada”, gabou-se o senador. Procurados pelo jornal "O Dia", os outros três disseram que vão recorrer ao TSE.

Legislação deixa brechas  - Para o cientista político Paulo Baía, da UFRJ, os candidatos pesam a relação do que podem ganhar e perder, na hora de se arriscarem com a antecipação das campanhas. Até o eleitor, na opinião dele, parece não se incomodar com as infrações. “Do contrário, não ganhariam as eleições. E o que se vê é justamente o oposto”, analisa, para concluir em seguida: “Então, vale a pena infringir.”

Para Baía, a quantidade de multas demonstra que a fiscalização da Justiça Eleitoral, do cidadão e dos concorrentes está maior. E isso, garante ele, é positivo. “Revela engajamento”, afirma. Mas não deixa, porém, de cobrar celeridade do Judiciário. “A lentidão reforça a sensação de impunidade. O sujeito é multado, recorre, levam-se, às vezes, anos para julgar, e, por fim, não é raro, o candidato se livrar da punição”, lamenta Paulo Baía.

Para ele, mudam-se as regras, permitindo a campanha desde o início do ano ou se aumenta a punição. “Na democracia, regras servem a todos e devem ser cumpridas”, diz.

VALORES:

GAROTINHO Multas: 10 Valor: R$ 1.012.057,00 Patrimônio: R$ 303.538,65 Previsão de gastos: R$ 25 milhões.

PEZÃO Multas: Nove Valor: R$ 735.521,00 Patrimônio: R$ 252.768,40 Previsão de gastos: R$ 85 milhões

LINDBERG Multas: Seis Valor: R$ 965.966,00 Patrimônio: R$ 189.456,15 Previsão de gastos: R$ 60 milhões

Fonte: O Dia 

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