Vexame da Seleção terá impacto na eleição?
Alexandre Bastos 09/07/2014 11:38
O mau desempenho da seleção brasileira em campo, ontem, poderá interferir no resultado da campanha eleitoral que se inicia? Não muito. Pelo menos essa é a avaliação de alguns especialistas. "A Copa tirou o foco nos problemas econômicos e políticos do país. O governo ficou um mês em estado de graça e isso criou um clima de otimismo", disse o cientista político da UFSCar, Fernando Antônio Farias de Azevedo, lembrando a leve recuperação de Dilma na última pesquisa Datafolha. No entanto, na avaliação de Azevedo, para o bem ou para o mal, tratava-se de um “efeito passageiro”. Ele lembra da memória das últimas cinco eleições, que provaria não haver “qualquer conexão” entre o resultado do Brasil na Copa e o das urnas. Para o cientista político Roberto Romano, da Unicamp, a continuidade do sentimento de otimismo poderia ter beneficiado Dilma. "Ela vai perder um pouco. Quando o Lula trouxe a Copa, imaginou que seria um passeio, com uma grande vitória brasileira, o que ajudaria o PT a vencer as eleições de 2014. Como isso não aconteceu, algum prejuízo ela terá e isso será usado por seus adversários na campanha, que tudo indica será bastante violenta", disse Romano. O especialista lembra, no entanto, que problemas reais como a crise econômica e o retorno dos índices de inflação independem do resultado da Copa. E estes, sim, poderiam interferir no debate eleitoral. "O que salva Dilma de efeitos mais negativos será a ação dos marqueteiros. A sorte é que ela tem o João Santana, que é um mágico e poderá fazer refluir, durante a campanha eleitoral, o pessimismo que permanecerá durante certo tempo", diz Romano. O sociólogo Luiz Werneck Vianna acredita que o fracasso no futebol tem potencial para dar novo impulso ao desejo de mudança que atinge patamares elevados na população desde o ano passado. Para ele, entretanto, é “irresponsável e oportunista" qualquer análise sobre o impacto disso nas próxima", afirmou Vianna. Para Fernando Azevedo, “o jogo das eleições é diferente" e “se dá em outro campo": "Se a seleção fosse campeã, isso não ajudaria a Dilma, assim como a derrota do Brasil não favorece a oposição. O eleitor ficou mais maduro, não mistura os canais. Eleição está de um lado, o esporte, do outro", acredita Azevedo.  Fonte: O Globo   

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