A eliminação da Espanha ontem, da Copa do Mundo, foi surpresa pra maioria dos que acompanham futebol, sejam analistas ou palpiteiros. Sabia-se que o grupo da atual campeã do mundo não era fácil, pois tinha Holanda e Chile, mas esperava-sea que estes dois últimos brigassem pela outra vaga.

Apostei no Chile com uma das vagas, pela boa campanha nas eliminatórias, pelo bom técnico Jorge Sampaoli e pela Copa ser na América do Sul, o que facilita a aclimatação e a presença maciça de torcedores. Entre Espanha e Holanda, escolhi os espanhóis pelo melhor futebol dos últimos anos e o retrospecto recente de campeã européia, enquanto os holandeses caíram na 1ª fase da Eurocopa.

A Espanha induziu todos ao erro e foi vergonhosamente eliminada na 1ª fase, da pior forma na história das Copas, sendo matematicamente desclassificada já no segundo jogo e tendo sofrido uma goleada humilhante na estreia, quando foi massacrada por 5x1 pela Holanda.

Particularmente, para o meu gosto, nunca me atraiu muito o futebol da seleção da Espanha. O tiki taka de muito e bom toque bola na maioria das vezes era pouco incisivo, apesar do domínio quase total da posse de bola e do controle do jogo, que se tornava quase de um time só. Na Copa de 2010, foi campeã ganhando de 1x0 todos os jogos da fase de mata-mata.

O time de melhor futebol naquela Copa, no meu ponto de vista, foi a Alemanha, cujo jogo me agrada muito mais. Os alemães golearam impiedosamente a Inglaterra por 4x1 nas oitavas de final e massacraram a Argentina por 4x0 nas quartas de final. Porém, foram derrotados com justiça pela Espanha nas semifinais, o que tornou a inédita conquista espanhola mais do que justa.

A precoce eliminação da Espanha deve dar fim ao ciclo da geração mais vitoriosa da história do país, com craques como Xavi e Iniesta, entre os maiores que já vi jogar, e conquistas superlativas, com as Eurocopas de 2008 e 2012 e a Copa do Mundo de 2010. Deixa um grande legado e, entre outras coisas, ensinou aos retranqueiros que a melhor defesa é ter um meio de campo com qualidade para manter a posse de bola e dominar o jogo, deixando o adversário longe do seu gol.