Faltando poucos meses para a eleição é normal que alguns pré-candidatos comemorem resultados de pesquisas que demonstram vantagem em relação aos prováveis adversários. Porém, é bom lembrar que, nas últimas eleições, o resultado das urnas mostrou que o ambiente político conta com muitos "cavalos paraguaios".
Em 2010, na disputa pela presidência da República, o tucano José Serra largou na frente e foi ultrapassado por Dilma Rousseff. Após largar na frente, Serra viu Dilma empatar no mês de junho (37% x 37%) (aqui). Quatro meses depois, a história foi outra. Dilma já tinha 50% contra 27% de Serra (aqui).
A disputa pela Prefeitura de São Paulo também contou com uma virada na reta final. Faltando apenas dois meses para a eleição, uma pesquisa do DataFolha (aqui) mostrou Celso Russomano (PRB) com 31% contra 27% de José Serra (PSDB). Lá atrás, na terceira colocação, com apenas 8%, estava o petista Fernando Haddad. Dois meses depois, o resultado foi esse: José Serra com 30,75% dos votos válidos, contra 28,98% de Fernando Haddad. Já o candidato Celso Russomano, apontado como líder desde o início, chegou em terceiro, com 21,6%, e ficou fora do segundo turno. O que faltou? Segundo Russomano, o pouco tempo na TV e a falta de uma coligação forte tiraram a sua chance de vitória.
Em Campos, quem não se lembra da eleição de 2004? Em agosto de 2004 o então tucano Paulo Feijó era pontado como o favorito em uma pesquisa Ibope (aqui). Enquanto Feijó tinha 39%, Geraldo Pudim aparecia em segundo lugar com 16% e Carlos Alberto Campista tinha 13%. Porém, na reta final Feijó foi ultrapassado e acabou ficando na terceira colocação. Na época o então deputado federal protestou contra o "abuso das máquinas municipal, que apoiou Campista e estadual, que apoiou Pudim".
Quais são as lições que ficam? Por mais forte que um candidato seja forte, não basta largar na frente. É preciso ter uma equipe forte, combustível e uma estratégia bem definida.