GREVES
lucianaportinho 16/05/2014 17:52
De agora até outubro, além da Copa e das eleições é a temporada das greves. Todas, ou quase, devidamente programadas e agendadas como a greve dos rodoviários no estado, a greve dos vigilantes de bancos, a greve dos professores, a greve dos bancários, a greve dos correios e a polícia já ameaça fazer uma durante a Copa. Fico me perguntando a razão de tantas, se são gratuitas, se o pessoal quer ficar de folga à custa do governo e empresas, se têm fins políticos ou se são simplesmente deflagradas pela insatisfação das condições de trabalho e pelos baixos salários das categorias profissionais citadas. É óbvio: só com muita má fé estas não seriam por baixos salários. Além de baixos, não são devidamente corrigidos pelo patrão, seja público ou privado. Uma das greves que me espanta é a da Uenf. Não é sazonal. Não faz parte do calendário dos professores e funcionários da universidade e foi unicamente aprovada para corrigir as distorções salariais de todos da instituição, pois não encontrou da parte do governo do estado sensibilidade em atender as mínimas reivindicações dos grevistas, incluindo refeições e alojamento aos alunos. “Buscai o saber mesmo que seja na China”, sentença proferida por Maomé em uma preleção aos fiéis; ensinava que o mais importante para uma nação é a educação. O saber está ao nosso lado, nas universidades públicas e privadas. Não temos necessidade de ir a China busca-lo, no entanto, me parece que os gestores públicos querem despachá-lo para a China, assim ficaria bem distante e não os aborreceriam com questionamentos “desses chatos” – por serem cultos e possuírem senso crítico – costumam fazer por não aceitarem ser manejados como gado, tão a gosto dos políticos e governantes no Brasil. Sou a favor das greves, principalmente as da área de educação por melhor remuneração e contra a indignidade como é tratado o professor, seja do ensino fundamental ou superior. Fica claro para qualquer analista político-econômico, até para mim que não sou do ramo, não resta dúvida da má intenção para com a Educação e os educadores. Eles são o instrumento da virada e retirada do cenário desses maus patriotas. Gostaria que todas as categorias profissionais, em especial as das universidades, entendessem para todo o sempre: não basta apenas fazer greve e críticas. É preciso que participem ativamente da política. Caso resistam em participar, pelo menos que apoiem aqueles que são seus pares e põem a cara na reta, ou continuaremos amargando derrotas e decepções até o surgimento de novas gerações mais aguerridas. Makhoul Moussallem      Médico conselheiro do CREMERJ e CFM Presidente do PT em Campos dos Goytacazes * artigo publicado hoje, 16/05, no jornal Folha da Manhã.  

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