A questão do transporte e da mobilidade no nosso município precisa ser tratada com uma visão estrutural , buscando soluções para um reordenamento planejado do sistema de transporte , que pode incluir outros modais- como por exemplo o transporte sobre trilhos. O sentido deve ser compatibilizar o crescimento da cidade a um sistema que garanta a qualidade de locomoção para a população.
Portanto, essa crise é o resultado da falta de atuação planejada das gestões anteriores e particularmente da atual gestão da prefeitura, que em 6 anos quase nada fez nesse sentido. Não basta ter passagem à 1 real, é preciso garantir que o transporte seja de boa qualidade, eficiente, inserido num sistema que garanta a melhoria da mobilidade para todos.
Logo tratar essa crise, que afeta principalmente a população mais carente de Campos, como um jogo eleitoral não é a melhor atitude.
É preciso enfrentar a atitude de empresários que, explorando concessão pública, não oferecem o serviço com qualidade e eficiência. Mas não se pode querer jogar nas costas dos trabalhadores rodoviários, que vivem com salários arrochados, a culpa dessa crise. Se houve algum conluio dos empresários das empresas de ônibus para“incentivar” a greve – como foi noticiado na imprensa- isso deve ser apurado e, caso confirmado, punido com rigor.
Não se pode permitir que os responsáveis por garantir o serviço de transporte rodoviário à população, concessionários que são, sejam agentes responsáveis de situação caótica como essa, trazendo sofrimento para a população.
Porém, não se justifica também, o atraso da prefeitura no processo de licitação das concessões (que precisam ser transparentes), motivado por erros e inadequações dos editais, apontados pelo Tribunal de Contas do Estado. Isso só faz aumentar o problema.
Makhoul Moussallem
Médico, Presidente do PT em Campos/RJ