Policiais do Rio ameaçam entrar em greve às vésperas da Copa
Alexandre Bastos 02/05/2014 14:14

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), tem duas semanas para conter mais uma crise na Polícia Civil. Os agentes, que reclamam do abismo salarial entre os policiais e delegados, exigem a incorporação ao salário de uma gratificação de 850 reais e ameaçam entrar em greve caso não tenham a reivindicação atendida – o valor integra o programa Delegacia Legal, de modernização das delegacias. Na terça-feira, a categoria estabeleceu um prazo: se Pezão não apresentar o projeto de incorporação na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) até o dia 15, os agentes farão uma assembleia para votar a possibilidade de greve.

Nesta sexta, perdem a gratificação policiais grávidas, baleados em dias de folga, aqueles que estão de licença ou férias e os aposentados. “Uma policial que engravida perde a gratificação e precisa recorrer à Justiça para não ter o salário diminuído. Isso é cruel”, disse o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Rio de Janeiro (Sindpol), Francisco Chao. O governo está pressionado por outra categoria: policiais militares articulam, caso a Polícia Civil obtenha a incorporação, um movimento de greve para também cobrar aumento salarial.

A julgar pela opinião dos cerca de mil policiais que participaram da assembleia realizada na terça-feira, no Clube Municipal, na Tijuca, sem a incorporação da gratificação o risco de paralização é elevado. Uma greve a poucos dias da Copa do Mundo – quando são previstas manifestações e confrontos nas ruas – é uma ameaça capaz de comprometer o governo de Luiz Fernando Pezão, pré-candidato ao governo do Rio. "A categoria está muito ressabiada. Em dezembro, o governador Sérgio Cabral se comprometeu a incorporar a gratificação Delegacia Legal durante reunião com o sindicato, no Palácio Guanabara. Pezão, assim que assumiu o governo, afirmou que atenderia a reivindicação e nos pediu que esperássemos até o dia 15 de maio. A demora está sendo nociva porque está minando a confiança da categoria”, afirmou Chao ao site de VEJA.

Outro sindicato que representa os policiais fixou outdoors com a ameaça de greve dos agentes. No texto, o Sindicato dos Policiais Civis do Rio de Janeiro (Sinpol) afirma: "Pezão, a bola é sua! Atenda a categoria e evite greve na Copa".  De acordo com o Sindpol, o salário inicial bruto de um agente é de cerca de 4.500 reais, incluindo a gratificação Delegacia Legal. Com os descontos, o valor líquido cai para 3.500 mil. O ganho de um delegado no início da carreira, segundo planilha do Sindpol, é de 15.000 reais. “O salário de um agente da polícia civil do Rio não é condizente com a qualificação que é exigida no concurso e com a responsabilidade de um inspetor. O concurso exige terceiro grau, mas a remuneração é uma das mais baixas do país”, afirma Chao.

Fonte: Veja 

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