Supercompensação de carboidratos em Maratonistas
Marcos Almeida 29/04/2014 17:21

O Glicogênio muscular (reserva da carbohidratos) é um importante “ combustível “  de estoque de limitado, usado durante o exercício prolongado e  extenuante. A depleção do glicogênio muscular pode produzir fadiga, com queda do rendimento  esportivo.

Devido ao fato de o carboidrato alimentar contribuir diretamente para manutenção e recuperação das reservas corporais de glicogênio, o consenso da Sociedade Brasileira de medicina do Esporte (SBME) recomenda que o consumo de carbohidratos esteja entre 5 a 8 g/kg dia e ressalta que para atividade de longa duração e/ou treinos intensos (acima de 70% do VO2 max) há necessidade de se alcançar até 10g/kg dia a fim de otimizar a recuperação dos estoques de glicogênio, posição semelhante a do American College of Sports Medicine (ACSM) sugerindo 6 a 10kg/dia.

A queda do glicogênio muscular é um fator limitante durante o exercício, sendo que atletas que utilizam técnicas de supercompensação de carboidratos (aumento de sua concentração no período pré competição) conhecida também como glicogem loading podem aumentar  de forma expressiva suas reservas de Glicogênio e quanto maior o conteúdo de glicogênio antes do exercívio, melhor o desempenho durante o mesmo. Esta técnica consiste em manipulação alimentar associada ao exercício, indicada para promover  o aumento da síntese de glicogênio muscular precedente a um evento competitivo de resistência como triatlo, maratona, ultramaratona ou ciclismo.

O método envolve manutenção de treinamento em ritmo forte nos primeiros 3 a 4 dias acompanhados de uma redução acentuada na ingestão  de carboidratos. Há alguns anos esta redução era drástica (chegando  a menos de 100 g/dia), porém, hoje se sabe que reduções para até 250 a 300g/dia (em indivíduos de 70 kgs) promovem o mesmo efeito sem os inconvenientes da redução excessiva. Após estes quatro dias, os treinos devem ser reduzidos e a ingestão de carboidratos aumentada para aproximadamente 600g/dia. Esta manipulação permite ganhos de até 40% no total do glicogênio acima dos níveis normais, garantindo assim , melhor desempenho em exercícios de intensidade média a alta  e os de longa duração.

Deve-se lembrar entretanto, que o método deve ser  testado antes de competições pois  a  cada grama de glicogênio armazenado requer a presença de 3 gramas de água, o que pode em alguns casos gerar alguns sintomas: rigidez, muscular, sensação de peso e câimbras. No entanto pode ser boa estratégia com o objetivo de melhora de desempenho esportivo.

REINALDO CAVALCANTE NUNES é médico ENDOCRINOLOGISTA E NUTRÓLOGO com MESTRADO EM ENDOCRINOLOGIA e PÓS GRADUAÇÃO EM NUTROLOGIA ESPORTIVA e MÉDICINA FUNCIONAL

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    Marcos Almeida é assessor esportivo, especialista em Ciência da Musculação e mestre em Ciência da Motricidade Humana.

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