Passemos para um mundo melhor
lucianaportinho 18/04/2014 16:12
Já sabemos que Páscoa significa passagem. De fato, todos nós estamos de passagem neste mundo. No meu entendimento, a festa maior da cristandade é a ressurreição do nosso senhor Jesus Cristo, onde ficou manifesta a sua superação da morte, a sua divindade, acontecimentos basilares do cristianismo. Jesus Cristo nos ensinou que o amor não se resume a palavras e sim à ação. Precisamos, portanto, agir se quisermos demonstrar o nosso amor, não só aos nossos entes queridos, mas, também ao outro. Por falar em outro, me preocupa sobremaneira o uso indiscriminado e abusivo de psicotrópicos pelos adultos e até pelas crianças. A maluquice está tamanha que um deputado quer apresentar, no Congresso Nacional, um projeto para dar ritalina às crianças nas escolas. Isto, porque ele leu um “trabalho científico” sobre hiperatividade e a agitação da meninada e supôs que a ritalina estaria indicada nesses casos. A impressão que tenho é que se perdeu de vez o bom senso. Ao invés de procurar entender o porquê das crianças estarem agitadas e dos adultos estarem estressados – angustiados e deprimidos – e começarmos a tratar das causas, os idiotas da objetividade, como diria Nelson Rodrigues, querem resolver em um passe de mágica, distribuindo  remédios que atuam no comportamento,  como se isso fosse totalmente isento de riscos e efeitos colaterais. O nível de estresse na atualidade tem origens muito claras, sob o meu ponto de vista: 1)      o excesso de informação, principalmente, de ocorrências aterrorizantes e violentas, de catástrofes, de mortes, de execuções mostradas em tempo real por todas as mídias e repetidas ad nauseam, ou seja, até a saturação; 2)      o excesso de demandas de consumo, também veiculadas exaustivamente com o fito de auferir lucros e tome de dia, de ano (réveillon), carnaval, páscoa, dia da mãe, do pai, das crianças, dos namorados e finalmente o natal. Todas são datas de apelo consumista e como diria o professor Raimundo, do Chico Anysio, o salário é óóó, deste tamaninho.  E como o pobre coitado do trabalhador vai arranjar tanto dinheiro para comprar a “felicidade” dos seus; 3)      a constante sensação de insegurança a que estamos submetidos, por falta de políticas públicas eficazes de segurança. Como não ficar estressado – angustiado e deprimido – e ainda indignado e revoltado diante deste quadro, que só existe graças à inépcia e à incompetência dos gestores públicos. Embora se digam cristãos, não têm compromisso, nem amor ao próximo. Haja paciência e haja psicotrópicos. Finalizo desejando Feliz Páscoa para você leitor, que Deus ilumine as mentes e toque o coração de todos na ressurreição do nosso senhor Jesus Cristo. Makhoul Moussallem                                         Médico conselheiro do CREMERJ e CFM Presidente do PT em Campos dos Goytacazes * Artigo publicado, hoje (18/04) no jornal Folha da Manhã    

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    Luciana Portinho

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