E o campista mostra a sua cara
lucianaportinho 09/04/2014 19:09
Mata da Cruz, é uma localidade do interior de Campos, na região norte do município, distrito de Santa Maria, a 93 km da cidade. Comunidade pequena, vida rural, vinculada à pecuária de leite e corte e também à agricultura familiar. Os moradores cansaram por esperar pelas benfeitorias de direito por parte do poder público municipal. Sentem-se abandonados e esquecidos pela prefeitura. Estivemos lá ontem, (08/04), para ouvir os moradores, em suas necessidades e reclamações. São tão fáceis de serem atendidas. Fica difícil de entender o porquê do não investimento da prefeitura em Mata da Cruz. Será porque não tem um grande colégio eleitoral? O prejuízo dos moradores é palpável. Dói no bolso deles, as repetidas mortes de cabeças de gado. O fato é que há mais de oito anos não é mais feita a limpeza das caixas coletoras de esgoto, pelo caminhão da prefeitura. Estas caixas (fossas coletivas) transbordam, formam uma língua negra que escorre direto no córrego da localidade e que sacia a sede do gado. Importante ressaltar,  o valão  desagua no Canal da Onça, em Conselheiro Josino. Em dias de chuva, a língua negra corre a céu aberto na rua, na porta das residências. O pecuarista, Romildo Gonçalves da Silva, é um dos prejudicados. Ele está indignado com o descaso. - Eu mesmo peguei o pessoal que trabalha comigo para desentupir a caixa, quando chove o aguaceiro transborda com os detritos. Estamos largados, nem a coleta de lixo é mais feita regularmente. Essa fossa coletora foi feita há oito anos, no governo de Arnaldo Vianna. Depois que ele saiu da prefeitura não foi mais feita a manutenção - falou ele. Romildo se queixa de que o gado bebe da água contaminada pelos coliformes fecais, contrai um parasita que se aloja no fígado do animal e, com isso, ao ir para o abate, o matadouro rejeita o animal, restando ao produtor o prejuízo total. Outros problemas o pecuarista apresenta, como o estado precário em que se encontra a ponte local. “Do jeito que está o caminhão de leite está impedido de fazer a coleta do leite nas propriedades; temos que trazer o leite diariamente de carroça. Aqui só passam veículos leves”, afirma ele, reforçado pelos amigos e vizinhos presentes. Ele encerra dizendo que a perda é sempre do agricultor, “Essa a razão da minha revolta, não tenho porque me esconder nem há nada a esconder, é a nossa realidade”. Já a moradora e também pecuarista Janete Amaral esclarece que apesar de não ter nenhuma intenção de prejudicar o coordenador setorial da prefeitura, segundo ela é uma ótima pessoa, mas, transmitiu à secretaria Municipal de Agricultura a informação falsa de que os moradores não estariam precisando arar a terra. “Choveu, é uma oportunidade perdida, onde está a máquina que a prefeitura diz que coloca em Mata da Cruz? Nem operador tinha, agora colocaram um depois das nossas reclamações, só que ele não sabe operar a máquina, vou ter que pagar R$ 85,00 por hora a um particular para poder fazer o serviço. A máquina da prefeitura está aqui parada, será que está recebendo pelas horas paradas”, desabafa Janete. Nas últimas semanas pipocam as manifestações populares em Campos. São pequenas, nas mais diversas localidades e bairros. Percebe-se que são atos independentes, brotam da insatisfação popular sobre os mais variados problemas. Há muito não se viam as camadas populares com tanto gás, fruto de uma insatisfação generalizada com os governos, em particular, com o governo municipal atual que administra orçamento de município magnata e devolve um serviço de miserável ao campista. Se antes, este tinha medo de perder vantagens parece que o medo foi vencido. Afinal, como sabido, compra-se parte nunca o todo. Luciana Portinho Seguem fotos para ilustração da matéria.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Sobre o autor

    Luciana Portinho

    [email protected]

    BLOGS - MAIS LIDAS