Greve dos rodoviários em debate na Câmara
Alexandre Bastos 29/04/2014 18:53
[caption id="attachment_24242" align="aligncenter" width="576"] Nas ruas, população sofre com enormes filas para conseguir pegar uma van - Foto - Facebook/Rádio Continental[/caption]

Durante a sessão de hoje (29), os vereadores Nildo Cardoso (PMDB), Fred Machado (SDD), Rafael Diniz (PPS) e Abdu Neme (PR) comentaram sobre a greve dos rodoviários e a licitação para o transporte público do município, que será realizada no dia 26 de maio.

Para o vereador Nildo Cardoso, é preciso debater todos os pontos que estão pendentes. "Precisamos de uma audiência pública nesta Casa. Quem poderia ficar tanto tempo sem reajuste? As empresas estão falidas. Temos que entender o lado dos empresários", disse Nildo, que foi aparteado pelo vereador Abdu Neme, que é um dos proprietários de uma empresa de ônibus. "Existem muitas controvérsias. Dizem que os empresários não investiam, mas o meu caso posso dizer que 11 ônibus foram renovados. E cada renovação custou R$ 300 mil. E tudo isso com os valores congelados. Durante muito tempo fiquei calado, mas agora é o momento de falar. A licitação não é a solução", disse Abdu, que fez uma proposta. "Poderia ser feito um TAC reajustando as passagens para R$ 2,20. Com esse reajuste toda a frota poderia ser renovada. Não dá para competir contra todos e ficar calado. Quando tenho razão vou até o fim".

Na tribuna, o vereador Rafael Diniz disparou: "Um político experiente me disse que essa licitação é a famosa 'licitação alfaiate'. Ou seja, foi feita sob medida. Suspeito que a vitória não será de Campos, mas de alguém grande de fora", disse Rafael.

Em defesa do governo, a vereadora Linda Mara (Pros) usou a tribuna e disparou. "Não venham me dizer que existem cartas marcadas. Vocês acham que a prefeita está gostando de ver essa greve e esse transtorno? Mas ela quer mudar para arrumar. Eu não quero que empresa de fora ganhe", disse Linda Mara.

Paulo Hirano sugere diálogo e suspensão da greve  — O líder do governo na Câmara, vereador Paulo Hirano (PR), também opinou. "Não te cabimento colocar a culpa na Prefeitura. Temos que estimular um debate sério, com  números e ouvindo a empresa. Precisamos de uma saída definitiva e que beneficie a população campista. Precisamos de sensatez neste momento. Se a culpa é a falta de diálogo, vamos sentar e conversar. O primeiro passo é suspender essa greve. Tenho certeza que a prefeita Rosinha será sensível aos argumentos técnicos e financeiros que serão apresentados", disse Hirano.

Sem acordo — Na tribuna, o vereador Jorge Magal (PR) anunciou que após nova reunião entre o sindicato e os representantes da Prefeitura, a greve foi mantida. "Não houve acordo. Precisamos nos reunir e definir os melhores caminhos", disse Magal.

Só na próxima semana — Após sugestão do presidente da Câmara, Edson Batista (PTB), foi definido que os debates na Câmara irão ocorrer na próxima semana. "Como vamos ter um feriado e ponto facultativo nesta semana, fica marcado para a próxima segunda-feira (05). Queremos dialogar. Se não aceitarem, paciência", disse Edson. Na tribuna, o vereador Nildo Cardoso protestou: "Essa reunião é urgente e os empresários precisam ser ouvidos. Não podemos deixar para depois", afirmou.

Rafael: "A culpa é dos governos passados?" — O vereador Rafael  Diniz disse que o governo não pode fugir de suas responsabilidades. "Será que a culpa é dos governos passados? Esse governo teve seis anos para dialogar e não quis papo com os empresários O valor ficou congelado. Não sou contra a passagem por R$ 1,00. Mas será que adianta ter esse valor com um ônibus que não passa? É possível manter a passagem neste valor e melhorar os serviços. Isso é que precisa ser dito", disse Rafael.

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