Treinamento: Meia Maratona/Maratona/Fadiga
Marcos Almeida 14/03/2014 05:51

Fadiga acumulada é um dos conceitos mais importantes sobre treinamento na corrida não ocorrendo em um vácuo, ou seja, o estresse e o cansaço dos exercícios anteriores impáctam o desempenho. Esse acúmulo de estresse e cansaço é o que chamamos de fadiga acumulada .

A fadiga acumulada é um componente crítico no treinamento para a Maratona/meia maratona, mas não é uma coisa ruim. Esta fadiga permite correr com baixos níveis de glicogênio simulando as pernas bem cansadas a cada semana que passa (e põe cansaço nisso!).

Na verdade o treinamento para uma maratona tem como um dos objetivos esgotar continuamente as reservas de glicogênio, o que significa que você não vai começar cada treino curto ou longo totalmente abastecido, muito pelo contrário.

Um plano sólido de treinamento para Maratona/meia maratona muitas vezes é feito especificamente para tentar torná-lo cansado antes de seus exercícios importantes, que são as corridas longas, estimulando adaptações fisiológicas interessantes.

Numa planilha bem feita e pensada (eu mudo a planilha a cada semana, a cada treino, se assim achar necessário, e quase sempre é), estes fatores são considerados. Por isso a importância não somente da planilha e sim da sua análise.

Após todas as adaptações que foram causadas no período de pico, entramos no período de supercompensação, onde a interdependência volume/intensidade é aplicada.

Por isso é que no dia da corrida você está bem descansado e pronto para cumprir a meta proposta, apesar de todos os elementos que podem interferir no dia da prova (o famoso dia ruim).

Do ponto de vista de desempenho você pode esperar para ter cerca de 15% a 20% reduzidos ao executar o seu limiar aeróbio (aproximadamente ritmo de maratona), quando queima a gordura ao invés de glicogênio assim como nos treinos longos .

Obviamente esta redução de 15/20% nos treinos vai fazer seus exercícios ficarem mais difíceis do que você vai sentir no dia da corrida, onde estará já em outra fase, muito melhor alimentado e com os depósitos (glicogênio muscular, hepático e sangüíneo) bem abastecidos.

Para os que tinham dúvidas e não entendiam o processo de treinamento e sua relação com a fadiga, se é bom ou ruim, espero que tenha ficado mais claro. Se ainda assim ficarem dúvidas, me acionem por aqui, será um prazer.

Bons treinos!

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Sobre o autor

    Marcos Almeida

    [email protected]

    Marcos Almeida é assessor esportivo, especialista em Ciência da Musculação e mestre em Ciência da Motricidade Humana.

    BLOGS - MAIS LIDAS