Jornal Inglês Diz que a Organização da Copa é Um Fiasco
mabamestrado 24/02/2014 17:07
Os problemas em relação aos preparativos para a Copa do Mundo no Brasil foram tema de uma reportagem do jornal inlgês "The Guardian", publicada neste domingo. Atrasos na entrega das obras - e o consequente aumento das mortes de operários - o risco de exclusão de uma das sedes e o temor por protestos violentos são pontos explorados pelo periódico em sua análise. A reportagem aponta para o fato de que a realização do torneio da Fifa no país pretendia "mostrar que a vez do Brasil - a terra condenada a ser 'o país do futuro - para sempre' - finalmente tinha chegado". Segundo o jornal inglês, mesmo que alguns problemas fossem esperados, "dado o estilo de vida descontraído do país", a expectativa era de que o Brasil "desse a melhor festa já vista pela organização do torneio. Porém, “as notícias pioraram e as críticas se intensificaram”. Entre os pontos indicados pela reportagem, estão o atraso na entrega de cinco estádios, além da possibilidade de exclusão da cidade de Curitiba - que terá resposta definitiva sobre sua manutenção como sede da Copa no dia 18 (terça) - e do aumento das mortes após a data limite para a conclusão das obras. O desperdício de vidas e dinheiro na construção de elefantes brancos que terão pouca utilidade após o evento são indicados como responsáveis pelo aumento da fúria nos protestos de rua. Como consequência disso, as manifestações, que antes não tinham nada a ver com futebol, agora têm como um dos principais gritos de ordem o “não vai ter Copa!”. A matéria do “The Guardian” também sinaliza para o fato de que, embora os protestos recentes sejam menores que os de junho do ano passado, eles estão se tornando mais sangrentos, e exemplifica com a morte do cinegrafista Santiago Andrade, da Band. A tentativa (mal sucedida) do ex-jogador Pelé de tentar dissuadir a população de que a realização do torneio tem algo a ver com os problemas do país também é mencionada pelo jornal inglês. A reportagem encerra dizendo que “ainda não é tarde para o torneio se tornar um sucesso”, e menciona que tensões antes de grandes eventos como este são normais, citando os protestos tibetanos antes dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, o medo de crimes antes da Copa do Mundo Sul-Africana, em 2010 e as questões de segurança antes dos Jogos de Londres em 2012. Porém, frisa o descompasso da forma como o evento é visto pelos políticos de Brasília e a população nas ruas e o pouco tempo que resta para que as duas visões sejam alinhadas.

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    Marco Barcelos

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