A quantificação da vida
BR101
É inaceitável como as autoridades brasileiras “cuidam” dos nossos destinos. Há que se por um fim à política do descaso com a vida humana em nosso país. Os recentes acidentes que envolveram os campistas calaram fundo. É grande a nossa indignação. A cidade inteira ficou espremida frente ao sofrimento dos familiares. Somos obrigados a cruzar a BR101, invariavelmente com o coração na mão. Não é necessário ser um especialista em trafego para saber que a cada ano, desde que a privatização foi feita, as obras essenciais se arrastam. Hoje, ao iniciar a viagem é imprevisível deduzir o tempo da chegada. Chegar já é sucesso. Uma armadilha que nos é imposta por falta de planejamento, gestão e respeito ao cidadão. Sarcasticamente ainda nos exigem pagamento. Até quando?!
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Mamografia
Tão absurda quanto a situação da BR101 que no estado atravessa as nossas vidas, é a portaria nº 1.253, baixada pelo Ministério da Saúde que suprime, pelo SUS, a mamografia bilateral para as mulheres abaixo de 50 anos. Por esta canetada, essa parcela feminina só pode investigar uma das mamas. Qual a motivação da medida que porá em risco a saúde de mulheres de até 49 anos? Má gestão do dinheiro público. Ela e só. Ao proibir a mamografia das duas mamas, “economiza-se” 50%. Nenhuma outra razão plausível. Sabe-se que cerca de 20% dos casos de câncer de mama atingem mulheres abaixo dessa faixa etária. Ou seja, é deixar de fazer diagnóstico precoce em mulheres jovens, quando o câncer é menos agressivo. O Conselho Federal de Medicina já ingressou na Justiça contra a portaria.
Makhoul Moussallem
Médico e Conselheiro do Conselho Regional e Federal de Medicina