Berlim x Chicago: qual a melhor?
Marcos Almeida 20/01/2014 20:58

Quando se fala em provas de 42km 195ms, estas duas se destacam. Fazem parte das Majors, as seis Maratonas mais importantes do mundo (Chicago, Berlim, Nova Iorque, Tóquio, Boston e Londres).

Abaixo, via a Revista Runners World Brasil, e enviado por um corredor ávido por estrear numa delas, os jornalistas/corredores fazem um legal raio x destas tops. Bons treinos!

1. Organização

Quando começou o desafio, Iberê já contava com a derrota neste quesito. Os alemães seriam insuperáveis nos detalhes e dariam um banho nos chicaguenses. E não é que ele se enganou? A organização de Chicago é irritantemente meticulosa ao planejar a prova, montar a feira, cuidar de cada um dos detalhes que fazem um evento gigante dar certo. Não que Berlim seja ruim e os alemães, relapsos, muito pelo contrário. Berlim é ótima, mas Chicago, excepcional. A feira de Berlim é gigante, está montada nos hangares de um aeroporto desativado. São quatro ambientes descomunais com venda de produtos esportivos, comida, música e até uma pista para pilotar carrinhos de controle remoto. E Chicago? É menor, mas mais organizada, clean. E funciona melhor. Em Berlim, é normal encarar filas. Em Chicago, raridade. Na manhã da prova, é mais fácil encontrar e se posicionar no pelotão de largada em Chicago do que em Berlim.

Resultado: VITÓRIA DE CHICAGO: 9 a 7.

2. Percurso

Berlim é linda, mas segue apertada até o km 13. É preciso negociar ultrapassagens e fazer ziguezague para não perder tempo. Chicago é plana como Berlim e mais espaçosa. "Chicago é aquele planinho passado a ferro. Ideal para bater recordes pessoais", garante Iberê. Os dois percursos são lindos e inspiradores. Só que Berlim é mais travada. Chicago até tem uma subidinha no fim, mas ela é curtíssima, não passa de uma rampa. No trecho final de Chicago, também há um descampado monótono, só que também é curto.

Resultado: VITÓRIA DE CHICAGO: 9 a 8.

3. Clima

O mundo está doido e o clima, ainda mais maluco, todos sabemos. Em tese, Berlim e Chicago são maratonas frias, boas para maratonistas de primeira viagem e para quem procura um recorde pessoal. Temperaturas normalmente entre os 5 e os 18 ºC nas duas. Isso em tese. Nos últimos anos, a Maratona de Chicago andou passando dos 20 graus algumas vezes. Berlim, nesse aspecto, é mais constante. Em 2013, por exemplo, ofereceu perfeitos 7 graus com sol na largada. O queniano Wilson Kipsang agradeceu e cravou o novo recorde mundial, 2h03min23. A Maratona de Chicago também estava ótima, com uma média de 13 graus. Mas, pelo histórico recente das duas...

Resultado: VITÓRIA DE BERLIM: 9 a 7.

4. Público

Quesito complicado. Iberê dizia, com razão, que Chicago tem mais gente animada na rua. Sim, um festival de "c'mon" e "good luck" para todos. Mas em Berlim a torcida parece mais autêntica, por assim dizer. Eles dão a impressão de ser mais genuinamente envolvidos com o espírito da corrida. Torcem pelos seus e gastam o que resta do carinho com os desconhecidos. Muita música, muito envolvimento. "Lá pelo km 25 vi uma vovó de uns 80 anos na sacada de um apartamento se sacodindo toda ao som de punk rock. Quanto vale uma cena dessas?", pergunta Sérgio. A torcida dinamarquesa, em especial, dá um show à parte. Copenhague, aparentemente, se muda para Berlim e torce desbragadamente pelos vikings de tênis. Apesar da animação toda de Chicago, Berlim é uma grande festa, do seu jeito.

Resultado: EMPATE TÉCNICO: 10 a 10

 

5. Hidratação

Chicago dá, literalmente, um banho em Berlim na hidratação. Em Chicago, água e isotônicos a cada 2 milhas (3 km). E dos dois lados. Em Berlim, a cada 5 km, e de um só lado (com duas exceções). O atropelo é muito maior em Berlim por causa disso. "A hidratação de Chicago é absolutamente perfeita. São 20 postos no percurso todo, fora frutas e gel que ainda são oferecidos", diz Iberê. Em Berlim e em Chicago, copos abertos, o que atrapalha o corredor (o Brasil, acreditem, dá uma lavada no resto do mundo com seus copos fechados que podem ser furados com o dedo). A diferença é que em Chicago os copos são de cera e podem ser moldados como um funil. Em Berlim, são de plástico, um porre.

Resultado: VITÓRIA DE CHICAGO: 9 a 7.

Fonte: http://runnersworld.abril.com.br/materias/berlimchicago/

 

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    Sobre o autor

    Marcos Almeida

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    Marcos Almeida é assessor esportivo, especialista em Ciência da Musculação e mestre em Ciência da Motricidade Humana.

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