O PEGADOR
lucianaportinho 14/01/2014 19:15
O PEGADOR Na linha dos ‘or’ temos uma nova modalidade, ‘o pegador’. A princípio, poderia se pensar que é do ponto de vista de paquera. Não é. Este ‘pegador’ é de distraídos, instituído pelos educadores dos Detrans e Dnit, e por eles chamado de radar discreto, expressão escrita na notificação, mesmo que seja de 2 km/h acima do limite ao que está na placa antecedente ao radar. Sinceramente, há um exagero nesta questão de trânsito em dois aspectos: 1) por que ‘radar discreto’? por acaso é cilada ou tocaia que órgãos governamentais aplicam nos motoristas que estão a 45 km/h e a placa indica 40 km/k e, por uma questão de segundos, por não ter uma placa em cima do ‘pegador’, o motorista acha que não está exatamente no ponto do radar, aí passa e depois vem a notificação informando que ele excedeu o limite, portanto, pagará uma multa e perderá quatro pontos na carteira? 2) por que a dupla penalização, pagar multa e perder pontos na carteira? Vejam que o limite é de 20 pontos anuais cumulativos, quando atingidos, o cidadão ficará um ano sem dirigir e fará curso de reeducação no trânsito. Não sou jurista e nem estudioso das leis, mas dupla penalidade por uma única infração entre 10 a 20 % do limite imposto, a meu ver, é abusivo. O bom senso diz que deveria ser uma ou outra. De novo, vou voltar à questão educacional. Os legisladores deste país acreditam que educar é punir? Penso o contrário: educa-se para não ter que punir. Uma pergunta não quer calar: é papel dos educadores do trânsito cometerem ações tipo ‘cilada’ ou ‘tocaia’, ou deveriam sinalizar, e muito bem, os pontos que no seu entendimento deve-se diminuir a velocidade para 60, 50 ou 40 km/h? Na BR 356, no trecho entre Campos e Atafona, no sentido São João da Barra/Campos, tem uma placa de 80 km/h, que dista apenas 100 m do ‘pegador’ de distraídos, onde tem que se passar a 40 km/h. Bem em frente à placa de 80 km/h, já no sentido Campos/ São João da Barra, tem uma placa de 40 km/h. Complicado de entender, não? Aliás, suponho que existam no mínimo oito radares num trecho de mais ou menos 45 km entre as duas cidades, e a maioria é de pegadores. As comunidades - campista e são-joanense -  deveriam se mobilizar, acionar seus deputados estaduais e federais para agirem junto ao Detran/RJ e Dnit no sentido de normatizar regras mais civilizadas, sinalizarem corretamente os pontos críticos e acabar com as tocaias e os pegadores. Já é de bom tamanho ter que aturar o ‘sedutor’ e o ‘ pegador’ amorosos.
Makhoul Moussallem  Médico, Conselheiro do CREMERJ e do CFM * artigo publicado na Folha da Manhã, em 10/01/14

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