O ano novo repleto de incertezas para Cabral e Pezão
Alexandre Bastos 02/01/2014 17:33

Depois de o governador Sérgio Cabral (PMDB) virar o alvo principal das manifestações que arrastaram multidões contra políticos no ano passado,  2014 começa como uma grande página em branco para o PMDB do Rio de Janeiro. O partido tenta evitar maiores estragos e se manter no comando do Executivo no Estado. O principal movimento nesse sentido será a saída de Cabral do Palácio Guanabara, em 31 de março, para entregar as chaves do cofre e a caneta ao vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). Pré-candidato ao Guanabara, ele terá sete meses no comando da máquina estatal para tentar fazer decolar sua candidatura e conservar no poder o grupo do PMDB. A partir de abril, Cabral estará exclusivamente dedicado a traçar seu futuro político, deixando para Pezão a missão de reverter a impopularidade que herdará do atual governador.

Pezão termina o ano em meio a uma disputa fratricida do PMDB com o PT no estado, sócios desde que Cabral chegou ao Palácio Guanabara em 2007. Setores peemedebistas já admitiram publicamente abrir mão de candidatura própria depois que a última pesquisa do Instituto Datafolha de 2013 mostrou Pezão com 5% das intenções de voto, em quinto lugar. Os dissidentes aceitam uma composição com o senador Lindbergh Farias (PT), opção defendida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e refutada nos últimos meses por Cabral e pelo presidente do diretório fluminense do PMDB, Jorge Picciani. Este último, particularmente, tem péssima relação com Lindbergh e diz que a candidatura de Pezão ao governo estadual é a única certeza para 2014. Afirma só ter dúvidas sobre quem será o adversário de Pezão no segundo turno. É um cenário bem distinto da realidade detectada pelo Datafolha, nos dias 28 e 29 de novembro de 2013, que identificou na liderança Anthony Garotinho (PR), ex-aliado de Pezão e hoje maior inimigo do grupo do PMDB, com 21% da preferência, seguido por Lindbergh Farias (PT) e Marcelo Crivella (PRB), empatados com 15%. O ex-prefeito do Rio Cesar Maia (DEM), com 11% dos votos, também está à frente do vice-governador. "No PMDB, a única coisa concreta é a candidatura do Pezão, que na nossa avaliação está muito bem, acima da expectativa. A dúvida é quem será o adversário no segundo turno", diz Picciani.

Fonte: Veja

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