BR 101 - Entrega das obras pode atrasar por divergência com o MST
José Paes 10/12/2013 14:02

Quase que diariamente percorro o trecho da BR-101 entre Campos em Macaé e desse constante vai e vem, faço duas constatações. A primeira, é que desde que a empresa Arteris assumiu o controle da Autopista Fluminense, no lugar da OHL, as obras ganharam um novo ritmo, acelerado, havendo vários canteiros de obras espalhados pela rodovia. Quem passa pela rodovia observa que já um grande trecho – 20 kms, segundo informado pelo representante da Autopista no Seminário de mobilidade urbana organizado pelo Observatório Social de Campos – praticamente pronto.

Por outro lado, constata-se que a conclusão das obras desse trecho acabou piorando as condições de tráfego da pista antiga. Hoje, quem trafega no sentido Campos – Macaé percorre uma grande distância sem acostamento e o pequeno espaço que resta, e que poderia ser usado em caso de emergência, é tomado por placas de sinalização.

Em razão disso, é extramente necessário que se libere o trecho da nova pista já pronto, a fim de mitigar os riscos que os motoristas vêm enfrentando com a rodovia em obras.

Parece, contudo, que existe um empecilho para que isso ocorra. Segundo informado na coluna Comentários, do empresário Murilo Dieguez, publicada na versão impressa da Folha, um grupo de integrantes do Movimento sem terra estaria disposto a impedir o tráfego na BR-101, caso não seja construída uma passarela perto do seu assentamento. A notícia, dada em primeira mão pela coluna de Murilo, foi confirmada pelos representantes da Autopista durante o Seminário de mobilidade urbana realizado pelo Observatório Social nos dia 29 e 30 de novembro, que informaram que esse impasse pode prejudicar a liberação de parte da pista dupla.

Trata-se de um absurdo sem tamanho. Os milhares de usuários da BR-101, que há anos esperam pela duplicação da pista, não podem ser prejudicados pela imposição de um pequeno grupo de agricultores. Diversos outros trechos da rodovia, como Ururaí, por exemplo, que possui alta concentração de moradores, não possuem passarelas e nem por isso o tráfego da estrada deixa de acontecer.

Apesar de não ter conhecimento de qualquer assentamento na região que justifique a construção de uma passarela, respeito o ponto de vista dos trabalhadores, mas não se pode retardar a inauguração de obra tão esperada por toda uma região, castigada pela perda de inúmeras vidas, para que se atenda um pequeno grupo.

Espero que as autoridades da região tomem providências para que isso não ocorra, pois a liberação do trecho de pista dupla já concluído é de fundamental importância para garantir a segurança dos usuários da rodovia.

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