Papa Francisco Defende maior liderança das Mulheres.
mabamestrado 27/11/2013 14:13
VATICANO. O Papa Francisco divulgou ontem um documento no qual delineia a missão de seu pontificado, detalhando como a Igreja Católica e o próprio papado devem ser reformados para criar uma instituição mais missionária e misericordiosa, com atenção especial aos pobres. O texto – uma espécie de programa do pontificado – é o primeiro exclusivamente escrito por Francisco e foi visto como uma proposta de grandes mudanças. “Deus nos livre de uma igreja mundana sob cortinas espirituais ou pastorais”, afirma o papa no documento. A linguagem ousada de Francisco e o apelo à reforma podem surpreender mesmo aqueles acostumados com seu estilo nada convencional, marcando uma ruptura brusca com Bento XVI. “Nem todo mundo vai gostar deste documento, porque é um desafio feroz ao status quo” afirmou à CNN o reverendo James Martin, autor e padre jesuíta. No texto de 79 páginas, o pontífice argentino defende a renovação da Igreja Católica Romana e ataca o capitalismo irrestrito como “uma nova tirania”, instigando líderes globais a combaterem a pobreza e a desigualdade social. “A economia (da exclusão) mata”, diz o documento. De acordo com o correspondente da BBC em Roma David Willey, o documento sugere que grandes mudanças estão a caminho, com um programa ambicioso que tenta reacender o caráter missionário da Igreja. “A atividade missionária ainda é o maior desafio para a Igreja e a causa missionária deve ser a primeira”, diz o documento. “É vital que a Igreja anuncie o Evangelho a todos, em todos os lugares, o tempo todo, sem demora, e sem medo.” O documento, no entanto, reitera a oposição da Igreja ao aborto e à ordenação de sacerdotes mulheres, dizendo que esta “não é uma questão aberta para discussão”, mas defende que mulheres devam ter mais influência na liderança da Igreja. Mudanças. Chamado de “Evangelii Gaudium” (“A Alegria do Evangelho”), o documento é apresentado em estilo de pregação simples e acolhedora. Francisco afirma que a renovação da Igreja não pode ser adiada e que o Vaticano e sua hierarquia arraigada “também precisam ouvir o apelo à conversão pastoral”. O Papa pede uma Igreja com vocação missionária, não obcecada “à doutrina moral”. O “Evangelii Gaudium” é sobretudo um chamado ao resgate da mensagem essencial do cristianismo. Ele defende uma Igreja que seja consciente de que os “preceitos dados por Cristo são pouquíssimos”, e que não tenha medo de revisar costumes e normas que foram adotados ao longo dos séculos.

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    Marco Barcelos

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