Câmara aprova voto de repúdio aos "forasteiros"
Alexandre Bastos 29/10/2013 18:29

[caption id="attachment_20303" align="aligncenter" width="376"] Voto de repúdio partiu da vereadora Auxiliadora Freitas (PHS)[/caption]

Com votos contrários dos oposicionistas, foi aprovada durante a sessão de hoje um voto de repúdio aos "forasteiros que se infiltraram no movimento de reivindicação dos professores públicos municipais".

A iniciativa foi da vereadora Auxiliadora Freitas (PHS), que voltou a dizer que o movimento foi contaminado.

Para a bancada de oposição, a bancada governista tenta tirar o foco do tema principal. "O que precisamos discutir é sobre um município muito rico com uma educação no buraco e professores desvalorizados", disse Nildo Cardoso (PMDB).

Segundo a vereadora Linda Mara (Pros), a Câmara está aberta aos professores. Porém, na visão da parlamentar, o presidente da Casa acertou ao trancar a porta e evitar a entrada dos manifestantes. "Os forasteiros queriam acampar no Legislativo", afirmou.

Na visão do vereador Rafael Diniz (PPS), levar a discussão para a existência de "forasteiros" é uma tática para se esquivar de temas mais sérios. "Essa cidade não tem dono. As pessoas podem protestar. Quando discordam do governo são apontados como forasteiros ou militantes políticos, mas quando concordam podem queimar pneu, invadir aeroporto e acampar na Prefeitura, impedindo o cumprimento de uma ordem judicial. Isso pode? Só pode quando é favorável ao governo?", indagou Diniz, deixando claro que é contra excessos e acampamento no Legislativo.

Atualização às 23h — Na tribuna do legislativo, Auxiliadora fez um pedido: "Enquanto educadora, não posso me calar. E digo, por favor: que essas pessoas se afastem do movimento da educação. Porque estão prejudicando e denegrindo a imagem de profissionais sérios que trabalham e lutam pra que este país saia dos últimos lugares no ranking internacional, com uma das piores educações do mundo", concluiu.

Já o vereador Fred Machado (SDD) comentou sobre o que estaria por trás do repúdio. "Na verdade essa tática é muito antiga e já vimos isso em outras ocasiões. Criam um novo debate e deixam de comentar sobre o que realmente importa. Os educadores estão revoltados porque falta respeito, estrutura, valorização e diálogo. E agora criam essas histórias de infiltrados para poder fugir dos temas principais. Mas estamos acompanhando tudo de perto e os professores também", enfatizou Fred.

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