Cultura com novas discussões
16/09/2013 09:09

“Lamento muito a ausência de um debate maior sobre a cultura e, sobretudo, sobre a política cultural de nossa terra”, disse o vereador Rafael Diniz (PPS) em artigo publicado na edição do último dia 13 da Folha. No texto, o parlamentar explica que já foi protocolado na Câmara um requerimento solicitando uma audiência pública com a participação de artistas, formadores de opinião e representantes do poder público. O pedido deve ser votado esta semana na Casa.

Desde o final de julho deste ano, a Folha da Manhã tem publicado entrevistas, realizadas pelo jornalista Aluysio Abreu Barbosa, com figuras públicas envolvidas na cultura do município. Em todas as abordagens, artistas e formadores de opinião têm questionado as prioridades dos atuais gestores da área cultural.

— Concordo com o jornalista Ricardo André quando ele diz que até o momento, a única cultura que é realizada em nosso município é realmente a cultura da gastança. Só no verão de 2013 foram gastos, apenas com cachês, mais de R$ 2 milhões. Além de outros shows que também ocorreram depois, como, por exemplo, Maria Bethânia a R$ 233 mil e Michel Teló por R$ 158 mil — disse Rafael Diniz.

Na visão do parlamentar da bancada de oposição, as prioridades precisam mudar.

— Quando falo da política de cultura que não existe em nossa cidade, quero destacar a importância dos cursos de teatro, os festivais universitários, de teatro, de cinema, de música, de gastronomia local e de artesanato. Falo também no valor que temos que dar às nossas personalidades culturais, como o escritor José Cândido de Carvalho e Wilson Batista. Isso tudo, sem deixar de dizer que a cultura não pode jamais estar separada da educação. Temos que investir cada vez mais nas bibliotecas das escolas, promovendo concursos de leitura, poesia e redação com nossos alunos — opinou o vereador, que na semana passada comentou sobre o assunto na tribuna da Câmara.

Na visão do oposicionista, a política direcionada à cultura carece de um plano mais elaborado. “Posso afirmar que em nossa cidade não se faz política de cultura, mas sim e tão somente a chamada política de entretenimento (eventos e shows). Não que isso não seja necessário, pois proporcionar lazer às pessoas é importante, mas todos sabemos que cultura é muito mais que isso. Espero que essa audiência abra os olhos dos gestores da nossa cidade”, frisou.

 

“As pessoas precisam olhar além do muro”

Na sessão da última terça-feira, visivelmente incomodada com as críticas da bancada de oposição, a vereadora Linda Mara Silva (PRTB) defendeu o governo da prefeita Rosinha (PR).

— Este governo promove a cultura, sim. A Bienal do ano passado vendeu 8 milhões de livros e encadernações. Deu selo para que as crianças pudessem adquirir os livros e trouxe ao município as maiores autoridades em todos os setores. Isso é fazer cultura! A minha praia não é Búzios, é Farol de São Thomé. Tem que ir ao Farol, conhecer de perto. Não é o show pelo show. Jorge e Matheus foi um dos shows mais baratos do país. Na virada do ano, o Rio pagou R$ 800 mil. Existe uma política de turismo e, acoplada aos shows, vão as pessoas e a economia é aquecida. As pessoas precisam olhar além do muro. Faz cultura de todos os tipos, inclusive cultura de eventos — disse Linda Mara.

Alexandre Bastos

Helen Souza

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