Para tudo correr bem... nas maratonas de 2013
Marcos Almeida 20/09/2013 12:13

Não foi surpresa para os organizadores da Maratona de Boston a tamanha procura por vagas na próxima edição da prova, que acontecerá em 21 abril de 2014, pouco mais de um ano depois do atentado que matou três pessoas, deixou mais de 260 feridos e chocou o mundo com a explosão de duas bombas perto da linha de chegada. Em uma pronta resposta, a organização anunciou a participação de nove mil pessoas a mais: ao todo, serão 36 mil maratonistas, que poderão realizar suas inscrições a partir da próxima segunda-feira. Quase um recorde — em 1996, no centenário da maratona mais antiga do mundo, 38.708 corredores disputaram a prova.

O que a direção da corrida em Boston ainda não divulgou foram as medidas de segurança que serão tomadas para prevenir que o lado ruim da história não se repita. Mas tudo indica que deverá seguir os procedimentos que estão sendo adotados por outras maratonas no mesmo nível de importância. A partir deste mês, começam as principais edições das provas de ruas. No dia 29, larga a Maratona de Berlim. Em seguida, em 13 de outubro, é a vez de Chicago. Nova York, em 3 de novembro, fecha o calendário de 2013.

Além do glamour, as três provas compartilham procedimentos mais rigorosos de controle de maratonistas e monitoramento do público. Tudo em nome da segurança do espetáculo. Em todas, haverá postos de checagem no acesso dos atletas aos locais da corrida, na área de largada e na linha de chegada. Estas duas últimas serão restritas a maratonistas e funcionários credenciados. Mochilas e bolsas pretas estão proibidas: cada corredor receberá uma bolsa transparente para colocar água e roupas. O policiamento será ostensivo, já avisaram os organizadores, e contará até com a presença de cães farejadores. Os animais estão sendo especialmente treinados para encontrar explosivos ao longo dos 42 quilômetros do percurso.

Mas a principal mudança começa nos dias anteriores às provas. Somente os maratonistas poderão buscar os kits dados pela organização. Antes, qualquer pessoa com autorização podia retirá-los. Em Berlim, além da bolsa transparente, os atletas ganharão uma pulseira com o número de identificação, que deverá permanecer presa no braço até o fim da prova.

Primeira maratona de grande porte nos Estados Unidos desde o atentado, a prova em Chicago terá o desafio de garantir a segurança dos um milhão de espectadores esperados. De acordo com a organização, o público será alvo de inspeções aleatórias em bolsas e mochilas. Os 45 mil maratonistas inscritos também: serão quatro pontos de checagem na entrada do Grant Park.

— Nossa prioridade é a segurança de todos os corredores, voluntários, espectadores e pessoas que trabalham na organização. Atualizamos nossas medidas de segurança em conjunto com a polícia de Chicago. Assim, os corredores poderão pensar apenas em desfrutar de uma das melhores corridas do mundo — disse Carey Pinkowski, diretor executivo da corrida. A organização de Nova York também anunciou revistas ao público e maior rigor no acesso dos atletas ao Central Park, onde fica a linha de chegada. No entanto, o vice-presidente executivo, Peter Ciaccia, garantiu que a abordagem será equilibrada: —Não queremos que as pessoas sintam que desembarcaram em um estado policial. Queremos que os corredores se sintam confortáveis por causa das medidas de segurança.

A garantia de um evento seguro conquistou o público, que cada vez mais procura provas clássicas do cenário mundial. Nova York se prepara para um recorde: serão 49 mil participantes, 1.500 a mais do que em 2011 — ano passado, a prova não foi realizada por causa do furacão Sandy. E a presença brasileira será maciça. Só a agência de viagens Kamel, do Rio, vendeu mais de mil pacotes para as três provas de 2013.

— O brasileiro escolhe as provas por três fatores: temperatura, custo e organização. O pacote tem que ser completo, e acho que a segurança virou fator fundamental — afirma Marcos Paulo Reis, treinador da MPR, que terá cem atletas em Chicago. — Boston foi um caso isolado, mas mostrou que atentados podem acontecer. Isso serve de lição até mesmo para a Copa e as Olimpíadas no Brasil. É fácil fazer um cinturão de segurança em volta de um estádio, só que na rua isso fica mais complicado. E vão acontecer várias provas abertas no Brasil — alerta João Montenegro, diretor da Runners Club, que estava a 500 metros do local das explosões em Boston.

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    Marcos Almeida é assessor esportivo, especialista em Ciência da Musculação e mestre em Ciência da Motricidade Humana.

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