O que é Treinamento Funcional? – parte 2
Marcos Almeida 03/09/2013 20:02
Por: Prof. Léo Cabral  Para tentar desvendar o mistério do que realmente significaria a expressão treinamento funcional resolvi recorrer aos dicionários. A palavra funcional é um adjetivo que segundo o dicionário Aurélio Online significa: “Concernente às funções orgânicas ou matemáticas: perturbações funcionais; equações funcionais”. Já no dicionário Michaelis, encontramos a seguinte definição: “Em cuja a execução ou fabricação se procura atender, antes de tudo, à função, ao fim prático…”. Como podemos perceber o adjetivo funcional transita em ciências como a Matemática, especialmente na álgebra linear, até ciências como a História em virtude do consagrado termo “funcional de Minkowski”.
E para nossa discussão o que dá para aproveitar do que foi escrito acima para tentar definir o que é treinamento funcional? Como já dizia meu querido avô, vai depender da forma que queremos encarar os fatos…
Após importantes contribuições que tivemos em relação ao post anterior (O que é Treinamento Funcional ? - parte 1) podemos perceber que o conceito, ou melhor dizendo, a definição operacional do que pode ser considerado treinamento funcional é muito variado entre as pessoas. Tenho a impressão que muitas vezes os profissionais acabam utilizando como critério de classificação do que poderia ser uma sessão de treinamento funcional o fato de serem utilizados equipamentos auxiliares como bola suíça ou BOSU. Ou seja, colocou bola suíça ou BOSU no treino é funcional!!! Repito… meu avô já dizia “depende da forma que queremos encarar os fatos…”. Então vamos lá, vamos refletir, se juntarmos os conceitos apresentados no primeiro parágrafo podemos concluir então que qualquer exercício pode ser classificado como sendo parte de uma sessão de treinamento funcional, não acham?
Sinceramente, podemos ficar dias e dias discutindo e tentando classificar o que realmente pode ser considerado como uma sessão de treinamento funcional e com certeza ao final do debate, se formos extremamente criteriosos, poderemos concluir que não chegaremos a melhor conclusão.  Podemos citar como exemplo o termo treinamento de força, alguns autores acham que treinamento de força não é melhor combinação, pois possuem críticas conceituais a essa escolha e preferem utilizar treinamento contra resistência. Por outro lado, existem outros autores que também criticam a utilização do termo treinamento contra resistência e preferem a adoção da expressão treinamento resistido, enquanto que outros preferem utilizar treinamento de fortalecimento muscular e por aí vai. Com certeza, nesse caso, independente da escolha realizada cada autor deverá ter a sua justificativa para escolher o termo A ou B, até porque as pessoas visualizavam as coisas como eles desejam ver.
Lembra do meu avô ??? Ele já dizia, cada um terá a sua explicação para a escolha feita, pois classificarão o fenômeno da forma que eles visualizam ou querem visualizar. Três pessoas podem ver um mesmo fenômeno, no entanto, podem definir e explicar de forma diferente o que visualizaram. Sinceramente, assumo que não sei ainda qual é a melhor definição para treinamento funcional, agora, sou extremamente contra utilizar a classificação considerando se durante a realização de um exercício foi utilizado um BOSU, para mim esse critério conceitualmente é pobre. Da mesma forma, não concordo com a classificação de que métodos tradicionais de treinamento para o desenvolvimento de capacidades físicas importantes como agilidade, velocidade e potência passem a ser chamados de treinamento funcional. Os métodos treinamentos comumente utilizados em equipes de futebol ou voleibol, por exemplo, passaram a ser componente integrante de sessões de treino de personais trainers. Não sou contra a utilização de exercícios de agilidade, pliometria, coordenação e velocidade durante a confecção de uma sessão de treinamento em circuito para alunos que buscam diminuição da massa gorda. Agora, não dá para concordar que métodos de treinamento como estes citados, tradicionalmente utilizados por atletas, quando utilizados em nossos alunos de academias mudam de nome e passam a ser chamar apenas exercícios funcionais. Até porque a roda não pode ser reinventada.
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    Sobre o autor

    Marcos Almeida

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    Marcos Almeida é assessor esportivo, especialista em Ciência da Musculação e mestre em Ciência da Motricidade Humana.

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