Nova política? Pro espaço!
lucianaportinho 30/09/2013 15:05
“O futuro exige hoje a tarefa de reabilitar a política, que é uma das formas mais altas da caridade”. (Papa Francisco, em sua vinda ao Brasil) Até aqui, 30 de setembro, tudo leva a crer que a propalada Reforma Política adormece na mente da elite política brasileira. Contrariando a frase do Papa, a política no país, através de seus atores profissionais, se reduziu a uma lucrativa atividade econômica. Nascida para gerir o coletivo, no Brasil, quando muito cuida de interesses de grupelhos . A última semana - com a criação de mais duas legendas - deu o tom da contrarreforma. O troca-troca de partidos (hoje, são 32 no país) é o próspero mercado estabelecido ao que o brasileiro assiste boquiaberto. As ruas? Ficaram para trás no calendário. A pressa em cumprir a legislação eleitoral, para vigorar em 2014, serve exclusivamente para isso. Decisões como o fim do instituto da reeleição para cargos majoritários (até pouco tempo, apontada como uma unanimidade), listas fechadas, fim das coligações proporcionais, tempo dos mandatos parlamentares, financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais, entre outros pontos, correm o risco de não serem viabilizadas pelo grupo de trabalho formado na Câmara Federal para propor a reforma política, presidido pelo deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). A verdade verdadeira é: se algo de saneador no sistema político nacional for feito, o será só para valer em 2018. Enquanto isso, Marina da Silva, de todos tem a mais consistente proposta, enfrenta risco real de não aprovar a criação de sua Rede. Nossa elite política brinca com o desejo popular expresso nas ruas em junho. Mais um chute nas canelas da democracia representativa. Lamentável.  

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Sobre o autor

    Luciana Portinho

    [email protected]

    BLOGS - MAIS LIDAS