Operação da PF sobre fraude em fundos municipais
Murilo Dieguez 19/09/2013 12:39
Operação da PF sobre fraude em fundos municipais prendeu 17 envolvidos BRASÍLIA - O núcleo das duas organizações criminosas alvo de operação da Polícia Federal (PF) estava localizado no Distrito Federal (DF), onde 14 pessoas foram presas, incluindo dois delegados da Polícia Civil e dois agentes. No total, foram 17 presos e mais de 100 mandados judiciais executados no país. Partindo de investigação para apurar lavagem de dinheiro, a PF descobriu que os chefes dessa organização criminosa também se dedicavam a outra atividade ilícita: o aliciamento de prefeitos e gestores de Regimes Próprios de Previdência Social (RPPSs) municipais. Nas investigações de lavagem, a PF descobriu que consultores e lobistas ofereciam o serviço de lavagem para quem os procurasse. De acordo com a PF, verificou-se a existência de uma holding de empresas que consistia em um verdadeiro serviço de terceirização para lavagem do dinheiro proveniente de crimes diversos. Nos 18 meses de investigação, foram sacados mais de R$ 300 milhões de reais nas contas de empresas de fachada que eram utilizadas para lavar os recursos. No braço voltado às fraudes nos RPPSs municipais, a PF notou o uso de “pastinhas” que circulavam o país oferecendo a oportunidade de aplicações em fundos de investimentos. Esses fundos, no entanto, eram compostos por “papéis podres”. A PF, no entanto, não deu mais informações sobre que tipo de papéis seriam esses. Em nota, o órgão diz que esses ativos seriam decorrentes da contabilização de provisões de perdas por problemas de liquidez e/ou pedidos de recuperação judicial dos emissores de títulos privados. Os prefeitos e gestores dos regimes próprios de previdência eram remunerados com um percentual sobre o valor aplicado. De acordo com Andrea Pinho, delegada responsável pela operação, o prejuízo a esses fundos que foram alvo da organização criminosa perderam R$ 50 milhões. Foram identificados problemas com fundos municipais prefeituras: Manaus (AM), Ponta Porã (MS), Murtinho(MS), Queimados (RJ), Formosa (GO), Caldas Novas(GO), Cristalina(GO), Águas Lindas(GO), Itaberaí(GO), Pires do Rio (GO), Montividiu (GO), Jaru (RO), Barreirinhas (MA), Bom Jesus da Selva (MA) e Santa Luzia (MA). No braço de lavagem, ainda de acordo com Andrea, foram identificadas mais de 30 empresas de fachada que eram utilizadas no esquema, 35 laranjas, sete “sacadores” corriqueiros e quatro eventuais. Segundo ela, a organização operava em um ciclo. Toda vez que um laranja ou empresa despertava a atenção dos órgãos de fiscalização eles eram descartados e novos laranjas eram cooptados e novas empresas criadas. Segundo a delegada, os policiais civis do DF presos atuavam vazando informações e ameaçando quem tentasse denunciar o esquema. Eles estão presos na PF. De acordo com nota da PF, os presos e indiciados responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de gestão fraudulenta, operação desautorizada no mercado de valores mobiliários, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e falsidade ideológica. A Operação Miqueias contou com apoio do Ministério da Previdência Social e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O nome da operação vem de um profeta da bíblia, Miqueias, que denunciava os atos de corrupção e suborno dos governantes, chefes e ricos das cidades de Jerusalém e Samaria. Fonte: www.valor.com.br

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