Transparência no uso de royalties na frente
23/06/2013 10:06

Após o Poder Executivo, em esferas federal, estaduais e municipais, sinalizar ceder aos movimentos populares em suas reivindicações, a fim de que os protestos nas ruas sejam diminuídos (e de um vídeo postado na internet apresentar as primeiras cinco causas para uma mudança nacional: Não a PEC 37, saída imediata de Renan Calheiros do Senado, investigação sobre irregularidade na Copa, corrupção como crime hediondo e fim do foro privilegiado), em Campos, o grupo Cabruncos Livres, após organizar duas manifestações na semana passada, analisa se chamarão os governantes para uma conversa, ou se as mudanças serão feitas através mesmo de imposições. Na pauta estão a transparência no uso dos Royalties do petróleo, e nos investimentos que esses devem trazer à Educação, Saúde, Transporte Público e Cultura. No final da tarde de ontem, membros do movimento se reuniram no Jardim São Benedito. Segundo o grupo, a intenção é que as demandas se tornem direitos na Lei do Orgância do Município. O grupo avaliou o que ocorreu na última quinta-feira — como o incidente envolvendo um advogado — para que seja evitado nos problemas nas próximas manifestações, ainda sem datas. 

Tais agendas, aliás, são bem conhecidas da população campista. Reportagens jornalísticas há muito registram falta de creches, de professores, de postos de saúde e de médicos no município; além disso, inúmeros moradores, de inúmeros bairros, reivindicam acesso ao saneamento básico, área de lazer, acesso ao serviço postal, e melhores condições do passeio público, retirada de entulhos e lixo das ruas.

Mesmo sem terem sido convidados a participar das reuniões dos Cabruncos Livres, alguns sindicatos em Campos, como o Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), e dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Cargas e Passageiros (que confirmaram suas participações na marcha das centrais sindicais que acontecerá no dia 24 em Brasília), acenam positivamente para as manifestações. 

O diretor do Sepe/Campos, Eduardo Peixoto se posiciona: “esse movimento coloca questões pertinentes, que vem fortalecer nossa luta, que é constante. A educação pública deve ser referência, deve oferecer mecanismos para o exercício do conhecimento crítico, uma revolução digital de fato deve ser feita, a eleição dos diretores deve ser por votação da comunidade, e as escolas devem aderir aos programas estaduais e federais, sem falar nas condições físicas das escolas, que devem ser melhoradas. Temos o pior IDEB do estado”. 

Já o Sindicato dos Rodoviários se pronuncia através do presidente, Roberto Virgílio: “Toda a luta por melhorias, é válida. As frotas precisam ser renovadas e a Prefeitura tem que reajustar o preço das tarifas junto às empresas, como reza o contrato do Cartão Cidadão. As empresas também têm que parar de atrasar os salários aos funcionários. Esses são apenas uns itens. Mas enquanto essa licitação estiver emperrada na Justiça, não acredito que vá melhorar”. 

Por sua vez, o Sindicato dos Médicos, através do presidente Reinaldo Dantas, preferiu não se manifestar. No entanto, o presidente da Associação dos Médicos do Norte e Noroeste, Paulo Romano, faz suas considerações: “somos admiradores desse movimento, estamos extremamente felizes por ver o Brasil mudando. O problema da Saúde no interior não é o número de vagas para médicos, e sim as condições e os salários pagos. O profissional acaba desistindo. Campos é a cidade mais rica do estado, mas paga o pior salário da região. Isso se reflete no atendimento, no CTI do Ferreira Machado, por exemplo, que não funciona”. 

A Folha da Manhã tentou contato com a Prefeitura para abordar essas questões levantadas nas manifestações em Campos, mas até o fechamento sem resposta.

Bruno Almeida

Foto: Edu Prudênio

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    BLOGS - MAIS LIDAS