O que você faz pra ser feliz?
O que faz você feliz?
Você feliz o que que faz?
Você faz o que te faz feliz?
O que faz você feliz você que faz.
Pra ser feliz
Pra ser feliz
O que você faz pra ser feliz?
E se a felicidade voa num balão
Tão alto onde já não se enxerga mais
Mas só ela pode lhe tirar do chão
Pra ser feliz o que que você faz?
A felicidade está por dentro
Mas não vai sair no raio x
Você provoca os próprios sentimentos
O que você faz pra ser feliz?
Longe perto, dentro, tanto faz
Quem quer felicidade corre atrás
E, às vezes, ela está debaixo do nariz
O que você faz pra ser feliz?
A música de Clarisse Falcão, compositora, atriz e roteirista ainda pouco conhecida do grande público, embala o comercial do grupo Pão de Açúcar – lugar de gente feliz, segundo o slogan. Em si, a letra não é nenhuma obra prima, mas nos leva a pensar o que somos capazes de fazer para sermos felizes. E como pode (e é!) diferente para cada um o conceito de felicidade. Mais difícil é dizer o que é felicidade do que amor.
Amor é querer estar junto, fazer de tudo para isso. Abrir mão até de alguns ideais ou crenças para estar junto do ser amado, ou até – isso para os mais sublimes e desprovidos de apego – deixa-lo voar quando chegar a hora ou quando a felicidade do outro não estiver mais em você. Isso vale para amor romântico, fraternal, maternal, paternal ou qualquer outro tipo. De amor. Confundido tantas vezes com paixão – aquele amor que arde sem se ver, o contentamento descontente, a dor que desatina sem doer.
Felicidade não. Felicidade é, de certa forma, mais complexa que o amor. E mais pessoal. Para uns, felicidade pode ser uma casinha na beira do lago, a paz, o sossego. Para outros, a alegria de uma manhã de sol à beira da piscina. Um churrasco com amigos, a conquista a qualquer preço daquela que pensa amar.
Com certeza, para outros milhares felicidade é ter. Uma casa, uma mansão ou um palácio. Um carro do ano, uma ida a (ou ao) Ibiza, poder comprar sem pena, só pelo prazer. Felicidade também pode ser ver a conquista do outro e pensar, com orgulho, que em alguma parte fez parte disso.
Na maioria das vezes, não reconhecemos a felicidade. A mãe chama para assistir tv numa tarde de domingo, o pai quer contar histórias da infância, a tia falar de coisas da vida, mas o tempo é curto, hoje tem cinema, balada com amigos. Amanhã também não dá porque o gatinho novo quer conversar e vamos levando até o dia em que percebemos que, na verdade, não há amanhã e a felicidade passou, está apenas na lembrança. Seja gritando ou em silêncio, junto ou sozinho, noite ou dia, a felicidade às vezes está debaixo de nosso nariz. E você? O que você faz pra ser feliz?