Campista por escolha
lucianaportinho 04/04/2013 21:44
Foi com a poesia a frente que o gaúcho de Canoas, Cristiano Pluhar, “representou” Campos dos Goytacazes no Concurso Nacional Novos Poetas 2012. Mesmo vindo de fora, se interessou por ajudar a contar a história desta cidade. O historiador é autor da publicação “Campos Capital? Os interesses econômicos e políticos distantes do povo” e “O Preconceito Estampado”, escrita com a parceria de José Victor Nogueira Barreto. Nessa última, um painel do preconceito em Campos, durante o período histórico de Getúlio Vargas, visto à luz das repetidas notícias ‘contra’ às religiões de origem afras. [caption id="attachment_5987" align="aligncenter" width="450" caption="Ft. Hellen Souza"][/caption] Ele, que há quatro anos veio de mala, cuia e caneta, atrás de sua mulher, a campista Goreti Maia. A moça arrebatou o coração do poeta, casaram-se. A cidade conquistou o interesse do historiador, “A história local possui maior relevância”, afirma. Em tempos pós-modernos, o casal se conheceu na rede social Orkut — febre no Brasil há poucos anos atrás. Os dois frequentavam a comunidade virtual do poeta estadunidense nascido alemão, Charles Bukowski. Conversa pra cá, identidade pra lá, apaixonaram-se e ele assim se instalou na cidade para construir família e desenvolveu agudo conhecimento da história local. Protagonista de uma história privada singular, filho único de família de classe média, para vir teve que juntar dinheiro. Foi ser palhaço, trabalhou em telemarketing vendendo seguro saúde e cartão de crédito. Não digeriu fácil a pressão do ambiente profissional “humilhante”, pediu demissão, amadureceu. Cristiano tem formação em história; artigos, pesquisas e livros publicados. É escritor “Penso a vida como alguém que escreve”. Ainda no Rio Grande do Sul, como estagiário — foi vinculado ao extinto Centro de História Oral do Rio Grande do Sul — e coescreveu, há onze anos, “Memória Cidadã: Vila Belga”, um estudo sobre a implantação do entroncamento ferroviário no estado. Ao chegar a Campos, por três anos foi professor da segunda série do fundamental, no Instituto Laura de Vicunha. Logo a seguir trabalhou no Arquivo Público Municipal e no Museu Histórico de Campos, órgãos da prefeitura de Campos. É dele a coordenação do circuito expositivo “Campos dos Goytacazes através dos tempos”. Data desse período (2010) o lançamento do livro “Campos Capital? Os interesses econômicos e políticos distantes do povo”, onde trabalha sobre as tentativas da cidade, nos séculos XIX e XX, em se estabelecer como capital de uma nova província, a Província Goytacazes. Logo, seguiu-se a publicação “O Preconceito Estampado”, escrita com a parceria de José Victor Nogueira Barreto. Hoje, Cristiano leciona história para o ensino médio. O gaúcho de descendência russa que se “acampistou” por livre arbítrio, percebe o sol mais perto. “Preciso de dias nublados, aqui é tudo muito colorido, não chove”. Cristiano Pluhar alimenta dois espaços virtuais, distintos. O primeiro, o site http://historiasdoscampos.com.br’, foca a história regional, Campos e o Norte Fluminense. Sem viés político, tem cunho histórico e cultural. É fonte de pesquisa e está aberto a colaboradores. O segundo é o blog http://www.nadacult.blogspot.com.br. Dele, faz espaço de resistência através do conto, poesia e crônica, “Aquela coisa comum que você não aguenta mais e o que resta é ridicularizar”. Luciana Portinho Capa da Folha Dois, (27/03).    

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