O dia que eu fui xingado por um juiz (por Wesley Machado)
Marcos Almeida 03/03/2013 07:28

Véspera de um clássico decisivo contra o nosso maior rival, o Flamengo, conto a vocês uma história que se passou comigo hoje (ontem, sábado, 2) no jogo Goytacaz e Americano pela Série B do Estadual do Rio de Janeiro.

Lembram do Marcelo de Lima Henrique, aquele que arrumou um pênalti para o Flamengo na final da Taça Guanabara de 2008? Pois bem, ele foi o árbitro desta partida em que o Goytacaz venceu o Americano de virada pelo placar de 2 a 1.
Este jogo de 2008 ficou marcado pelo episódio que ficou conhecido como “chororô”. O Botafogo vencia o  Flamengo por 1 a 0, quando Marcelo de Lima Henrique inventou um pênalti para o rubro-negro num lance normal de jogo, um escanteio, onde os jogadores se enroscam uns com os outros.
O Flamengo empatou a partida no pênalti, o que descontrolou os jogadores do Botafogo, que desnorteado sofreu mais um gol, que garantiu a vitória e o título para o Flamengo.
Todos sabem o final desta história. No vestiário, os jogadores do Botafogo choraram, o que é normal no futebol quando se perde, ainda mais roubado.
Mas o fato ganhou uma grande repercussão pois alguns jogadores do Botafogo, acompanhados do então presidente Bebeto de Freitas, deram entrevista com lágrimas nos olhos.
A torcida do Flamengo chegou a fazer uma paródia da música do Botafogo que fazia um grande sucesso nos estádios.
E num jogo da Libertadores no meio de semana logo após o episódio do “chororô”, o atacante Souza, do Flamengo, ao marcar um gol fez um gesto com as mãos girando nos olhos, como se fosse um choro e o assunto repercutiu ainda mais.
Hoje se um torcedor reclama da arbitragem, os flamenguistas logo dizem que é choro.
Na falta de argumentos, se utilizam deste recurso, uma arma da flapress para impedir a liberdade de expressão dos botafoguenses.
Lembrando que em 2007 já havíamos sido roubados quando da anulação do gol legal de Dodô no fim da partida contra o mesmo Flamengo que nos garantiria o título.
A ditadura do chororô permanece até hoje. Mas chegou o dia da vingança. Sei que é comum xingar um juiz. Mas comigo foi diferente.
Faltando alguns minutos para o final do 1º tempo entre Goytacaz e Americano. Eu desci as arquibancadas e me posicionei no portão onde estava a ambulância. Em frente à descida do túnel da arbitragem. Fiquei aguardando o fim do 1º tempo. Ele apita, cumprimenta os bandeirinhas, vem caminhando. E eu me preparo para provocá-lo.
Pensei em chamá-lo de filho da puta. Mas isto ele já estava acostumado a ouvir. Ele foi chegando perto. Eu respirei fundo. E soltei:
- Marcelo de Lima Henrique seu gaveteiro! Ele olhou e não falou nada. Eu continuei:
- Você roubou o Botafogo em 2008!
Aí, ele enfurecido, pegou pilha e respondeu:
“Vai tomar no seu c...”
Eu não esbocei reação. Mas por dentro senti uma imensa felicidade. Estava vingado e pela primeira vez havia sido xingado por um juiz.
  Escrito por Wesley Machado no seu blog, aqui!

 

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    Sobre o autor

    Marcos Almeida

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    Marcos Almeida é assessor esportivo, especialista em Ciência da Musculação e mestre em Ciência da Motricidade Humana.

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