BVRio inicia negociação de ativos ambientais formados por vegetação preservada
11/12/2012 10:12

Produtores rurais que mantêm áreas de vegetação nativa em suas terras poderão obter lucros com a fatia preservada vendendo a cobertura vegetal para um proprietário que não possui o espaço florestal determinado por lei. Para intermediar esta operação de ativos ambientais, a Bolsa Verde do Rio de Janeiro (BVRio) lançou nesta segunda-feira uma plataforma online que permitirá a compra e venda de Cotas de Reserva Ambiental (CRAs) Futura.

O Código Florestal determina que todos os imóveis rurais mantenham uma Reserva Legal, que consiste em uma área de vegetação nativa intacta. Aqueles que possuem um excedente à sua obrigação, poderão dividir o espaço em fatias de um hectare e vendê-las em forma de CRA aos proprietários que estão irregulares. Na transação, o bem negociado é a vegetação, e não a terra. Estima-se que 80% das 5,2 milhões de fazendas precisam se adequar à legislação.

- A BVRio aproxima compradores e vendedores num sistema de compensação de Reserva Legal. É uma combinação perfeita, pois permite que o proprietário em déficit continue com sua produção sem desobedecer a legislação e, ao mesmo tempo, valoriza aqueles que preservaram suas matas - defendeu Maurício Moura Costa, co-fundador da BVRio.

Para o presidente-executivo da BVRio, Pedro Moura Costa, a iniciativa fará com que a legislação ambiental seja cumprida:

- Isso não adiciona novas árvores, mas consolida áreas de conservação - disse o presidente-executivo.

A BVRio funciona como uma imobiliária online. Os produtores que possuem excedente podem entrar no site da bolsa (www.bvrio.org) e cadastrar a propriedade na BVTrade, fornecendo características da cota. Os interessados poderão fazer propostas, mas os negociadores apenas se conhecerão quando a transação for fechada.


A efetiva criação das CRAs ainda depende da implementação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) pelas autoridades ambientais de cada estado. Por isso, a floresta negociada não se transforma em dinheiro imediatamente. Os proprietários rurais podem fazer as negociações por meio de contratos de compra e venda para entrega futura, os Contratos de Desenvolvimento de Cotas de Reserva Ambiental Futura (CRAFs). Isso permitirá que a bolsa tenha ideia do mercado e preços.

Para a subsecretária de Economia Verde da Secretaria do Ambiente, Suzana Kahn, a iniciativa é o primeiro passo para incorporar o capital natural no estado ao desenvolvimento de uma economia verde.

- Através desse mecanismo, mostramos que o meio ambiente tem valor - afirmou Suzana.

A comercialização das florestas é apenas o começo. A BVRio estuda criar outros ativos ambientais relacionados ao cumprimento de obrigações. A bolsa já se prepara para criar, em 2013, o mercado de créditos de logística reversa (reciclagem), permitindo a negociação de créditos entre a indústrias e associações de catadores e recicladoras. Em parceria com o governo do Estado, também prevê operar em um mercado de emissão de carbono, que ainda será regulamentado.

Fonte: Imprensa RJ
 

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