Educação em Campos — Pior no Ideb e melhor com a UENF
Alexandre Bastos 20/12/2012 08:10
[caption id="attachment_14113" align="aligncenter" width="430"]UENF é a melhor Universidade do Estado - Foto/Ascom UENF é a melhor Universidade do Estado - Foto/Ascom[/caption]

O município de Campos, que aparece em último lugar no ranking do ensino fundamental (Ideb), tem, ao mesmo tempo, a melhor Universidade do Estado do Rio de Janeiro. No topo do Índice Geral de Cursos (IGC), de 2011, divulgado na última semana pelo Ministério da Educação, a UENF tem colocado em prática o modelo implantado por Darcy Ribeiro.

Para o professor Almy Junior, ex-reitor da UENF e atual presidente da Fenorte, o atual levantamento, que avaliou a sua gestão como reitor, só comprova que o trabalho vem sendo feito da forma correta. “O modelo implantado por Darcy, apesar das dificuldades ao longo destes 19 anos (notadamente na instabilidade que a falta de autonomia financeira da Universidade provoca), deu certo. Além disso, a UENF não está em decadência, sucateada, como muitos pensam. A Universidade vem evoluindo ao longo dos anos. A última avaliação não foi pontual. Em todas as avaliações brasileira a UENF desponta. Sempre foi assim. Em 2007 a UENF foi a 16º entre 176 Universidades. Em 2011 ela foi a 11ª entre 226 Universidade. Além disso, os cursos de Graduação sempre são destaques. Neste quesito (Graduação) a UENF é a 6ª do Brasil. Campos e região tem que se orgulhar muito destes feitos. São os estudantes da nossa região que estão se formando nesta Universidade”, diz Almy Junior.

O presidente da Fenorte também ressalta que a UENF poderá ficar ainda mais forte com a implantação do Parque Tecnológico do Norte Fluminense. “O Parque Tecnológico do Norte Fluminense não é uma invenção nossa, não é uma novidade. Estava previsto no projeto original da UENF e foi desconstruído. O Parque, na visão do Darcy Ribeiro, seria o principal elo de ligação entre a Universidade e o desenvolvimento regional. Ele faria a ponte entre o que a Universidade produz de conhecimento e como este conhecimento se transformaria em ações para o desenvolvimento regional. É isso que estamos tentando viabilizar. Vamos remontar o projeto para que as Universidades estejam mais estruturadas para atuar fora dos seus campus. Nossa meta é ter o Parque vinculado às Universidades, com corpo funcional da Fenorte fortalecendo a UENF no papel que ela tem que desempenhar como líder no processo de implantação do Parque Tecnológico. Ela, a UENF, por ser a Instituição com maior força na pesquisa, precisa ser a âncora deste processo”, explica.

Atual reitor fala sobre a “receita do sucesso”— No mesmo embalo de Almy Junior, o atual reitor da UENF, Silvério de Paiva Freitas, ressalta que a força está no quadro de servidores e na atuação dos alunos na pesquisa, extensão e inovação. “Atribuo o sucesso da UENF ao modelo de Universidade implantado por Darcy Ribeiro, no qual todos os professores são doutores e atuam com dedicação exclusiva. Nosso quadro de servidores é formado por profissionais muito comprometidos com o trabalho. Além disso, nossos estudantes de graduação atuam desde muito cedo na pesquisa, extensão e inovação”, disse o reitor da UENF, Silvério de Paiva Freitas.

Último no Ideb (ensino fundamental) e primeiro no IGC (Universidades) — O presidente da Fenorte, Almy Junior, também analisou o fato de Campos figurar em último lugar no ranking do Ideb e primeiro no ranking das universidades. “Nos dois rankings o avaliado é o próprio estudante. Na UENF o estudante está envolvido num processo que é, reconhecidamente, aquele considerado pertinente na formação de qualquer cidadão. Ele está envolvido com pesquisas científicas que têm o poder de formar um cidadão mais crítico e mais apto a sanar problemas do que apenas seguir rótulos. Na UENF o professor tem dedicação exclusiva e está muito inserido com as ações do estudante. Isso amplia fortemente a qualidade do ensino universitário e a qualidade da extensão universitária e todos os gestores são eleitos. Enquanto isso, temos um modelo nas escolas públicas municipais muito ultrapassado, onde professores precisam atuar em diversas escolas em um mesmo dia, onde o modelo de escolha das direções ainda é a indicação política. Não existem laboratórios de ensino de ciências nas escolas e nem outras condições (esporte, informática, animadores culturais, etc...) que deixaria a escola em um nível mais adequado para que o estudante participasse mais”, analisou Almy.

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