Rogério Matoso rebate Garotinho na rádio Diário
Alexandre Bastos 08/12/2012 16:15

Uma semana após o deputado federal Anthony Garotinho (PR) comentar durante o programa “Entrevista Coletiva”, da rádio Diário FM, sobre as demissões do Reda e fazer insinuações sobre supostas manobras da oposição, o vereador Rogério Matoso (PPS) esteve no estúdio da rádio e fez um desabafo. “Infelizmente, o deputado Garotinho acha que é o dono da verdade e pode sair por aí fazendo insinuações e denegrindo a imagem dos outros. Por isso, estou aqui e gostaria que ele também estivesse no estúdio. O que eu quero deixar claro é que estou e sempre estarei ao lado dos trabalhadores. Não tenho ligação alguma com o advogado José Paes, que na eleição deste ano, não votouem mim. Eleestava muito mais próximo do Rafael Diniz e do Makhoul. O fato dele ser filiado ao PPS não quer dizer nada. O Waldemar Costa Neto é um dos maiores mensaleiros do Brasil. Ele é do PR. Então, quer dizer que o deputado Garotinho, por ser do PR, é igual a ele? Dona Penha foi do meu partido durante três anos e ficou ao lado do governo. Cada um responde por si”, disparou Matoso.

Em um estúdio normalmente frequentado por membros do governo, o vereador da oposição fez duras críticas ao casal Garotinho. “Infelizmente, vocês não sabem separar as coisas. Quem discorda do governo merece ser respeitado. Não vivemos em uma ditadura. Garotinho precisa aprender a aceitar opiniões diferentes. Tive projetos barrados porque sou da oposição. Isso é um absurdo. Eu sei reconhecer os acertos deste governo e votei com o governo em vários projetos, como, por exemplo, a passagem a um real”, disse Matoso, que comentou sobre o Reda. “Neste caso do Reda, eles empurraram essas pessoas com a barriga durante o período eleitoral. Muitos desses funcionários acamparam na prefeitura para defender a prefeita. Agora, que precisam ser defendidos, o casal tenta jogar a culpa nos outros. A prefeita precisa assumir a culpa e dar um jeito de pagar. Ele descumpriu uma decisão judicial para defender o seu cargo. Agora, poderia descumprir para defender essas famílias”,  frisou Rogério Matoso, que se colocou a disposição. “Os funcionários do Reda podem me procurar. Vamos fazer a prefeitura pagar. A prefeita também dizia que o PSF não tinha jeito e, em poucos meses, o Nelson Nahim mostrou que era possível homologar”, disse.

O advogado Maurício Costa, que já advogou para os ex-prefeitos Alexandre Mocaiber (PSB) e Arnaldo Vianna (PDT), entrou no estúdio para participar do programa. Tentando mudar um pouco o foco, ele perguntou sobre a participação do governador Sérgio Cabral (PMDB) na campanha de Arnaldo Vianna (PDT). Percebendo que o objetivo era desviar o foco, Matoso respondeu rápido. “Cumpri o meu papel na campanha. Andei por todas as partes da cidade e apresentei propostas. Não entrei nesta seara de acordos”, afirmou Matoso.

“Daqui a pouco vocês vão acreditar que Garotinho tem só uma casinha na Lapa” — Após o jornalista Carlos Cunha insinuar que ele recebeu apoio de Garotinho para ser vice-presidente da Câmara, Matoso disparou: “Eu disputei a eleição com Magal e ganhei por dois votos. Quer dizer que Garotinho me apoiou e não apoiou Magal. Vocês só podem estar brincando. Daqui a pouco vocês vão acreditar que Garotinho tem só uma casinha na Lapa”, completou.

Atualização às 8h (dia 09/12/2012) — O jornalista Carlos Cunha, apresentador do "Entrevista Coletiva", enviou ao blog a sua análise sobre os programas do dia 01 (participação de Rosinha e Garotinho) e de ontem (participação de Rogério Matoso). Segundo Carlos Cunha, Rogério Matoso teria sido poupado de um debate mais duro porque estava com sede, transpirando muito e com dificuldade para se pronunciar. Confira:

[caption id="attachment_13944" align="aligncenter" width="334"] Apresentador do "Entrevista Coletiva" enviou sua versão[/caption]

"Alexandre, lendo seu comentário, gostaria de acrescentar algumas ponderações, pois os fatos aconteceram no programa que o Felício de Souza e eu apresentamos na rádio Diário, “Entrevista Coletiva”. No programa anterior a prefeita, Rosinha, ao falar sobre a situação do reda e sobre o processo, só dirigiu suas colocações sobre o proponente. Quem mencionou o partido e o vereador, Rogério Matoso, foi o deputado federal, Garotinho. É importante dizer que nem sempre o deputado, Garotinho, participa, ao vivo ou por telefone, do programa e da mesma forma a prefeita, Rosinha.

Neste final de semana, ambos estão participando do seminário de avaliação da prefeitura de Campos, que começou na sexta-feira e vai até domingo. O vereador Rogério Matoso havia ligado, no final do programa anterior, querendo falar ao telefone. Como estávamos no final do programa, dispusemos este sábado para que ele participasse, e assim o fez.

Essa é a forma que conduzimos o programa, dando o direito de resposta e mais que isso, a todo o momento que alguém é citado, dizemos que os microfones estão abertos para que se pronunciem. O vereador esteve no programa e falou no início sem ser interrompido, para que pudesse se pronunciar. Diante do que disse, alguns pontos foram questionados como, por exemplo, ter dito que não havia votado na prefeita Rosinha, na eleição passada. Ele continuou afirmando que não, mas não era o que havia dito à época em que estava na festa de comemoração da vitória dela. Todos se lembram, e ele mesmo afirmou que fez parte da base governista no início, junto com Dona Penha, mesmo sendo do PPS, partido dirigido por Sérgio Mendes.

Sobre sua eleição para vice-presidente da Câmara, embora ele tenha afirmado que ganhou de Magal, líder do governo, eu não insinuei, eu afirmei que Magal concorreu por conta própria, sem o apoio da base do governo e que ele, Matoso, foi eleito por ter tido ajuda dessa mesma base. Ele tentou fazer graça ao dizer que ao afirmar que Magal não recebeu apoio do governo eu também iria querer que ele acreditasse que Garotinho só tem uma casinha na Lapa? Confesso que não entendi e nem achei graça. Ele tentou se explicar, mas Magal entrou no ar e reafirmou o que eu havia dito.

Não costumo insinuar, eu afirmo o que digo e tanto é verdade que ele, sem querer, disse que foi eleito vice-presidente com o apoio de Nahim. O apoio de Nahim representava o que, naquele momento, senão o governo?

Procurei não polemizar com o vereador, porque durante a entrevista pude observar que as contradições tomaram conta, pois saiu sem dizer se era contra ou a favor do Reda, pois em seu pronunciamento na Câmara, ele pediu a prefeita para sair do cargo que Nahim pagaria e na rádio disse que era até para Nahim sair e deixar que ele assuma a prefeitura, que ele paga. Não soube dizer por que um membro do seu partido pediu a suspensão do pagamento do Reda, por ver irregularidades e ele diz que vai pagar, por não ver irregularidades.

Outro fator, para que o poupasse, foi o seu estado emocional, pois começou a ter uma sudorese, sede e dificuldade para se pronunciar. Rogério agradeceu o espaço, para se pronunciar no programa, exaltando a democracia que estava ali estabelecida, mas fiz questão de dizer que quem agradecia era eu, pela coragem dele, de ter ido ao programa, diferentemente de muitos que são citados e sempre dispusemos os microfones para que se pronunciem e não aparecem". 

Atualização às 14h16 (09/12/2012) — Rogério Matoso ironiza versão de Carlos Cunha — Logo após tomar conhecimento sobre a versão de Carlos Cunha, o vereador Rogério Matoso entrou em contato com o blog e afirmou. "Veja o que uma pessoa faz para agradar o seu chefe. Quem ouviu o programa percebeu que fiquei bem a vontade. Na verdade, o Carlos Cunha é que parecia bem nervoso ao notar que alguém foi até o estúdio e, pela primeira vez, falou algumas verdades sobre o casal Garotinho. Inclusive, se ele quiser, posso voltar outras vezes e podemos filmar tudo para ver a reação de cada um. Ao contrário do deputado, eu não vou me esconder no banheiro ou inventar desculpas para não ir. O que falei no rádio posso falar olhando nos olhos de qualquer um", disse Matoso.

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