A Confederação Nacional do Transporte (CNT) realizou uma pesquisa que é um raio X das rodovias brasileiras e divulgou na semana passada. A conclusão, de acordo com os números, é de que existe uma piora nas principais rodovias em relação ao ano passado. A 16ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias aponta que quase dois terços das rodovias pavimentadas do país estão em situação regular (33,4%), ruim (20,3%) ou péssima (9%). Outros 27,4% estão em bom estado e 9,9% em ótimo. Foram avaliados 95.707 quilômetros de estrada.

No ano passado, 57,4% foram classificadas como regulares, ruins ou péssimas, contra 62,7% este ano. A equipe de reportagem da Folha percorreu as rodovias BR 101, no trecho entre o Shopping Estrada ao distrito de Ururaí e a BR 356, no trecho entre o Parque Cidade Luz e a localidade de Três Vendas, e constatou que usuários das rodovias estão insatisfeitos com o estado de conservação das estradas.

Após percorrer o trecho entre a entrada da cidade e o distrito de Ururaí, foi constado que vários pontos da rodovia necessitam de reparos. Além disso, acostamentos de terra e esburacadas causam insegurança para os motoristas. Segundo o motorista Renato Ferreira de Sousa, de 55 anos, que utiliza a rodovia semanalmente, a situação da rodovia está agravante e precisa de obras de reparo urgente.

— Faço o trecho Campos-Rio de Janeiro três vezes na semana. O acostamento está muito perigoso. A rodovia não possui buracos enormes, porém há muitas ondulações e desníveis que prejudica o tráfego. Precisamos que as reformas sejam feitas o mais rápido possível. Estamos correndo risco de vida. Pago o pedágio, e não vejo melhorias e nem assistência, que são necessários, aos motoristas. Espero que o trecho seja revisto pela concessionária responsável — declarou o motorista.

Outro que também reclamou das condições da rodovia foi o professor Cláudio Fonseca, de 37 anos. De acordo com ele, alguns trechos da rodovia são inseguros e os motoristas devem ter bastante cautela para não se envolver em acidentes.

— Há anos vemos essa situação na BR 101, uma rodovia federal. Continuamos com a esperança de que melhorias venham para beneficiar a população. Faço o trajeto Campos-Ururaí cinco vezes na semana para trabalhar e fico com medo. A situação piora quando chove. Queremos soluções o mais rápido possível — finalizou o professor.

 

Dulcides Netto