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Marcos Almeida 30/11/2012 14:00

Fui convidado pelo Sergio Rocha - criador e editor do site Corrida Natural - a dar meus pitacos acerca do correr descalço e os seus desdobramentos. Há tempos tinhamos a necessidade deste espaco para aprofundar um pouco mais este assunto, tem até um fórum de discussão. Então, para os que como eu curtem novas aprendizagens, fica a dica. Abaixo, perfil do Editor e colaboradores e texto na íntegra.

EDITOR

Sérgio Rocha

É editor de arte, jornalista, nasceu em São Paulo, mas mora em Jundiaí. Trabalha na revista Contra-Relógio desde 2006, corre desde 1997 e começou sua adaptação aos tênis minimalistas em 2009 após ter uma lesão durantes os treinamentos para a Maratona de Punta Del Este daquele ano. Sua quilometragem semanal é de cerca de 80 km, sendo que metade dela é feita usando tênis mínimos e o restante descalço. Seus melhores resultados em provas são todos de 2012, sendo 43:37 nos 10 km, 1h34 na meia-maratona e 3h28 nos 42 km.

COLABORADORES

Erik Neves

É médico e mora em Brasília, DF. Nada, corre e pedala sem compromissos desde criança. Durante os treinos para o IronMan 2010, esbarrou em sites sobre corrida descalça e acreditou nas evidências. No ano seguinte, fez a maratona do IM de huaraches. Este ano, seus treinos se resumem correr atrás de sua primeira filha, que lhe dá mais endorfina que qualquer outro esporte. De vez em quando, sai por aí correndo descalço, fazendo 5k, 10k, meias, maratonas e ultras só para se divertir.

Leonardo Humberto Liporati

Começou a correr descalço em 2005 após dois anos sofrendo com a canelite e com os tênis tradicionais. Já participou de cinco maratonas, todas descalço. Desde o início sua quilometragem foi quase que 100% descalça mas, em 2012, andou experimentando mais as huaraches e o VFF. Seu objetivo com a corrida descalça não é economizar dinheiro com tênis nem se tornar mais competitivo mas correr por toda a vida com o mínimo possível de lesões. Leonardo mora em Belo Horizonte, MG.

Marcos Almeida

É um ser motriz que acredita na evolução humana onde o homem é, acima de tudo, um ser que se move em busca de vida. Corre há 30 anos e devido a ter um cérebro plástico está sempre em busca de novas aprendizagens e, de preferência, que tragam boas emoções. É um barefoot runner não tão ortodoxo, mas, em vias de tornar-se um. Treina, escreva (blog Ser Motriz), pesquisa e corre. É profissional de Educação Física, mestre em Motricidade Humana e indutor do movimento. Marcos Almeida mora e trabalha em Campos de Goytacazes, Rio de Janeiro.

posted by marcos almeida on novembro 29, 2012 Marcos Almeida

Essa é primeira colaboração do professor Marcos Almeida, Mestre em Ciencia da Motricidade Humana e autor do Blog Ser Motriz

Esta pesquisa mostra que o cérebro consegue lidar com duas funções ao mesmo tempo porque pode canalizá-las para duas partes frontais da sua anatomia, mas quando uma terceira atividade é introduzida, a mente fica sobrecarregada. Daí, a precisão para realizar outras tarefas diminuiu.

Bem, esta pequena introdução de certa forma, nos explica a importância de se exigir do cérebro uma ou no máximo duas tarefas deste órgão fantástico de cada vez. Sim, e o que isto tem a ver com corrida natural?

Se pensarmos que buscamos através do correr descalço estar integrado a natureza, sentindo e percebendo cada pisada no chão e a forma como este pé interage em contato com o solo e ainda se integrando com suas 33 articulações dos pés que trabalham em busca de equilibrio e harmonia, vamos perceber que neste momento, para ser melhor aproveitado pelo nosso orgão maior, o cérebro, nenhum elemento dispersor, no caso a música, deveria ser introduzido. Por isto, uma outra atividade imposta ao cérebro, talvez, nao seja muito interessante neste momento. Lembro ainda que os orgãos dos sentidos – visão, audição (para ouvir os “tap, tap, tap” ao invés de “tchof, tchof, tchof”), o tato e a propriocepção (que é a percepção do seu corpo no espaço) se encontram em perfeita harmonia e não deve ser “perturbados”.

Estas mal traçadas linhas tentam teorizar o conselho dado pelo Sérgio no seu texto “Corrida natural e fones de ouvido não se misturam” onde relata que, ao seu ver e com razão, perde-se o foco de atenção no momento da corrida natural com a audição musical.

Deixo uma observação – enquanto pesquisador da área de neurociência – que após todo o processo de aprendizagem e memória e com a sua devida consolidação -, o cerebelo automatiza este movimento, permitindo de vez em quando, uma breve música para os já iniciados no barefoot running. Portanto, quem é iniciante ou corre numa nova trilha recomendo ouvir, ao invés de música, o som do seu corpo e o da natureza.

Fonte: http://www.corridanatural.com.br

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    Sobre o autor

    Marcos Almeida

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    Marcos Almeida é assessor esportivo, especialista em Ciência da Musculação e mestre em Ciência da Motricidade Humana.

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