O EIKE NÃO É RICO, É SORTUDO!
lucianaportinho 21/11/2012 18:58
Pela primeira vez, trago ao blog  o texto de um grande amigo, Beto Matos. Ele que é consultor institucional e de personalidades sobre superação e produção de resultados.  Hoje, Beto também está secretário de Integração Governamental da Prefeitura de São João do Meriti. Palestrante motivacional de mão cheia, acostumado a falar para numerosas platéias, Beto, nascido em 1956, na cidade próxima de Itaperuna (RJ) é um homem corajoso, cidadão totalmente do bem. Talvez por isso, é ainda um apurado compositor do nosso velho e bom samba. EITA HOMEM DE SORTE ESSE EIKE! Primeiro, ele nasce filho de Eliezer Batista que entre outros cargos foi duas vezes presidente da Companhia Vale do Rio Doce, sendo a segunda vez durante a ditadura militar a convite do general Figueiredo, quando esta Companhia ainda era 100% pública, e que também foi Ministro das Minas e Energia no país que mais tem riqueza natural neste planeta. Ô sorte! Segundo, esta Companhia e esse Ministério promovem todo modo de pesquisa geológica e detém informação privilegiadíssima sobre onde estão as riquezas do subsolo brasileiro. Ô sorte! Terceiro, embora Eike tenha sido criado em Genebra (Suíça), Düsseldorf (Alemanha) e Bruxelas (Bélgica), assim que retorna ao Brasil abre aos vinte e um anos de idade, por mais um desses golpes de sorte do destino e por mera casualidade, uma empresa para vender ouro e diamante do Brasil para o mundo. Ô sorte! Quarto, este filho de ministro/presidente bem informado, compra terras em grandes extensões por este Brasil a preço de banana d’água. Ô sorte! Quinto, de uma hora pra outra começa a descobrir que nestas terras estava tanta riqueza, mas tanta riqueza que humilharia e faria inveja até à despretensiosa Família Buscapé. Eita Eike de sorte novamente! E assim, de saltos em saltos, vai surgindo o homem mais rico do Brasil e um dos mais ricos do mundo. Ô sorte! Sexto, apesar de seus negócios estarem na maioria dos casos no papel ou na ideia e quando nascem são estartados através da garantia dessas "propriedades", pois não conheço NADA que tenha fabricado, finalmente ele terá uma fábrica de alguma coisa, a "Six Semicondutores". Ô sorte! Sétimo, ele não desembolsa nenhum recurso próprio e consegue mais um título bilionário com essa nova empresa (faça as contas comigo): O investimento total da "Six Semicondutores" é de R$ 1 bilhão; O BNDES entra com R$ 512 milhões (R$ 245 milhões para deter 33% da sociedade e R% 267 milhões em forma de empréstimo ao pobre Eike); Ele não precisou gastar nada nem com o projeto, pois a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), liberou ao pobre Eike mais um empréstimo de R$ 202 milhões (eita projetinho caro) só para este fim (já está em R$ 714 milhões); Com mais sorte ainda, ele conseguiu mais sócios como o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), a americana IBM e a Matec Investimentos e Tecnologia Infinita, do ex-presidente da Volkswagen do Brasil Wolfgang Sauer (juntos, esses tem outros 33% do negócio e sabe-se lá quanto de dinheiro puseram no novo negócio do Eike); E, finalmente, o prodígio sortudo ainda ficou com seus 34% sem colocar a mão no bolso, como em outros negócios, e, provavelmente, ainda deve ter ganho muito dinheiro antes do negócio existir só pela sorte em conseguir sensibilizar o Governo Federal e seus órgãos de licenciamento e financiamento. Eita Eike de sorte! Ou será que o nosso povo é que é azarado? Rio, 21 de novembro de 2012. BETO MATOS  

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