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NinoBellieny
Que tipo de idiota sou eu
Para dizer que o mundo é cheio de idiotas?
Quem sou para condenar um individuo em 30 segundos
Sem nunca ter-lhe visto , em todas as piores características?
Quem eu sou
Para sentir-me
Mais inteligente que o resto dos inteligentes
E considerar-me pertencente à uma casta de intelectuais
Mordazes, irônicos, originais e pulguentos?
Quem sou para vislumbrar os melhores planos para todos
Liderar a revolta dos acomodados
Mudar o mundo em um minuto sem sair da minha confortável cadeira de bar?
Quem me elegeu o melhor para a minha cidade e meu país,
O único capaz de ser capaz ,
O mais fantástico dos seres?
Aquele com direitos e nenhum dever
Que pode zombar dos fracos
E não ser zombado pelos fortes?
Aquele cujos comentários ferinos divertem aos outros tolos
Em rodas quadradas de festas de grife?
Quem sou eu para tanto sarcasmo e cinismo
Tanto fracasso disfarçado de sucesso
Sucesso só medido pela quantidade de dinheiro
E viagens ao redor da Terra,
Se mal conheço o meu bairro?
Quem sou eu para sentir-me importante
Só porque os livros de autoajuda me hipnotizaram
Os puxa-sacos incentivaram
E os amigos de verdade-verdadeira deixei na mais distante esquina?
Dentro do espelho me olham milhares de outros imbecis
Pensadores de vazios colossais feito eu
Cada qual brandindo o Ego na disputa
Do maior e melhor do Universo.
Cada qual partido em suas faces perdidas
Em mentiras consideradas verdades
Em verdades consideradas mentiras.
[caption id="attachment_5160" align="alignright" width="300" caption="Ft. Facebook"]
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O carro confortável é a minha concha
A casa espaçosa é a minha caverna.
Eu ainda continuo a temer sombras.
Eu e tantos outros
Ainda não sabemos o que é o Sol.
* Nino Bellieny, é jornalista, radialista, poeta e artista visual. Campista, nasceu no interior do município, mais precisamente na região dos tabuleiros de Campos, em Morro do Coco.
* Nota do Blog. Como um ser nato das comunicações, Nino Bellieny, é presença intensa das redes sociais. Na poesia acima traduz seu desconforto com as maneiras que observa, por vezes, vãs no tratamento a terceiros. Li dias atrás, um estudo interessante sobre a vida na virtualidade que muitos dela descreem por não ser real. Bom deixar claro, sejam virtuais ou reais, as relações humanas em ambas EXISTEM!
Um ótimo bom fim de semana a todos.
Meu forte abraço,
Luciana Portinho