Um monopólio de serviços de péssima qualidade – leia-se: 1001
mabamestrado 23/10/2012 08:03
Quem já viajou nos ônibus da empresa 1001? Quem já teve seus compromissos perdidos pelos constantes atrasos? Quem já chegou ao guichê e, simplesmente, não encontrou passagens para os três horários seguintes? Qual trabalhador que já foi ao guichê do Shopping Estada para comprar sua passagem para trabalhar com o RioCard (vale-transporte) e ouviu do funcionário que o “sistema estava fora do ar”, tendo o trabalhador que “dar seu jeito” para adquirir a passagem para poder ir trabalhar? Quem já sentou em sua poltrona marcada e a mesma estava com o sistema de recostamento quebrado ou o cinto de segurança não fechava (ou simplesmente não existia)? Quem já teve, no meio de sua viagem, naqueles ônibus de janelas lacradas, o sistema de ar condicionado apresentando defeito na viagem? Quem já pagou caríssimo para viajar nos propalados “double-bus”, mas que já estão ficando sucateados, com refrigeração deficiente, interfones que não funcionam, aparelhos de DVDs que travam a todo momento, presença de baratas nos ônibus, entre outras mazelas, impensáveis para o custo elevado que se paga nas passagens destes “monstros de dois andares”. Quem já ouviu do motorista, durante a viagem, que ele estava “dobrando”, tendo chegado horas antes de outra viagem ou de uma excursão? Quem já precisou usar dos banheiros veiculares e se surpreendem com a falta de asseio ou mesmo de materiais básicos de higiene? Enfim, porque somos escravizados a uma única empresa de transporte, quando a rota Campos x RJ é extensa e comporta, claramente, a saudável concorrência? Quem são os beneficiários deste sistema ditatorial que impregna a rota analisada e outras circunvizinhas? O que falar da linha Campos x Macaé, que há muito já não comporta o excedente de passageiros que viaja diariamente neste percurso, sendo necessário que se façam fretamentos totalmente informais (nenhum daqueles ônibus fretados diretamente pelos trabalhadores possui qualquer contrato formal com a empresa 1001, em uma afronta direta aos direitos do consumidor)! É óbvio que este uso constante e acima da média para os condutores e veículos só pode levar a fadiga dos profissionais e a falência mecânica dos ônibus, lamentavelmente redundando em tragédias como a ocorrida na Serra de Teresópolis no dia de ontem. Parece-nos que já é hora de Órgãos Ministeriais (há direito homogêneo envolvido), a Municipalidade (afinal seus munícipes estão, diariamente, expostos, em condições suspeitas, na “rodovia da morte”); O PROCON, eis que o serviço prestado não é o efetivamente contratado; a Polícia Rodoviária Federal, eis que os ônibus com cintos que não funcionam, ou mesmo sem cintos de segurança, não podem trafegar; a omissa ANTT que somente sabe arrecadar e nada faz quanto aos ônibus irregulares. Veja, caro leitor, que muitos são os que podem algo fazer, mas, efetivamente, nada é realizado com profundo desrespeito aos direitos do consumidor e a vida humana!

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    Marco Barcelos

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