Há o quê comemorar
lucianaportinho 29/10/2012 14:10
Hoje, 29 de outubro é o Dia Nacional do Livro, que foi instituído em 13 de dezembro de 1966, pela Lei nº 5.191. Em 29 de outubro de 1810, a Real Biblioteca Portuguesa foi transferida para o Brasil, sendo então fundada a Biblioteca Nacional. Escolheu-se comemorar o dia para coincidir com a data oficial da fundação da Biblioteca Nacional. Dono da maior biblioteca da América Latina, sendo a Biblioteca Nacional considerada pela Unesco uma das dez maiores bibliotecas nacionais do mundo, o brasileiro ainda lê pouco. Segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada no mês de março pelo Instituto Pró-Livro, o brasileiro lê em média quatro livros por ano e apenas metade da população pode ser considerada leitora. Colocando em números, o Brasil tem hoje 50% de leitores, ou seja, algo como 88,2 milhões de pessoas. O levantamento incluiu na categoria de leitor, aqueles que leram pelo menos um livro nos últimos três meses, inteiro ou em partes. As mulheres leem mais: 53% são leitoras. Índice maior do que o verificado entre os entrevistados do sexo masculino (43%). [caption id="attachment_5106" align="alignright" width="390" caption="Ft. Phillipe Moacyr"][/caption] A relação do brasileiro com o livro remonta a 1808, quando o Brasil passou a editar livros. Foi quando D.João VI fundou a Imprensa Régia. Se por um lado, apenas 50% da população brasileira é potencial consumidora, por outro 88,2 milhões de leitores não podem ser desprezados por nenhum mercado editorial de qualquer país. É o que aponta o levantamento “Produção e vendas do setor editorial brasileiro”, realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas realizado por encomenda da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), no ano de 2011. O segmento cresceu 7,36% no ano passado, somando R$ 4,84 bilhões. O número de títulos editados aumentou 6,28%, totalizou 58.192. E, o total de exemplares vendidos e produzidos foi 7,2% e 1,47% maior (469,47 milhões e 499,79 milhões, respectivamente). Neste total de vendas o governo é o responsável pelo acréscimo de 21,2% nas vendas de livros para programas e órgãos governamentais. O livro em Campos Campos tem o privilégio de ter a livraria mais longeva do Brasil. Fundada em 1844, Ao Livro Verde é a mais antiga livraria do país. Localizada no Centro da cidade, funciona sem interrupção e, desde então, no mesmo endereço. Para Carlos Américo, responsável pela livraria, o movimento de vendas já foi maior no passado, “Havia menos livrarias em Campos, não existia a internet, porém houve aumento na procura por livros de literatura”, disse. Carlos Américo Machado Franco imputa à mudança ortográfica, um prejuízo real que aconteceu em 2012, “As editoras não pegaram nas sobras que foram perdidas”. Por outro lado, ele já percebe uma clientela nova de fora por conta das obras do Porto do Açu. “Isso, nos faz pensar sempre em crescimento, em fidelização desses que agora chegam e há dois meses implantamos a venda on-line, através da nossa livraria virtual, no sítio: aolivroverde.com.br”, frisou ele. Outra tradicional livraria na área central é a Livraria Noblesse, que tem no funcionário José Maria Neves de Gusmão, o pilar de todo fluxo de livros da casa. Ele é que decide que títulos comprar e acompanha venda por venda. “Trabalhar com livro é delicado. Literatura tem época de vender. Campos cresce, dá para se perceber um cliente recente com uma visão e gosto diferente, alguns autores que antes não vendiam agora vendem”, observa José Maria. No Centro, é onde se localiza a Livraria Diálogo e Cultura, que é um  sebo, faz troca e venda. Sua proprietária Hilda Carvalho, fala com entusiasmo. “Adoro meu trabalho, criei meus quatro filhos, todos doutores, tiro meu sustento e leio muito. Criamos a venda on-line, nela atingimos o Brasil inteiro. Uma venda, às vezes, significa de uma só vez 70 livros”, frisou Hilda. Criada há oito anos, na Pelinca, a livraria Honey-Book, através de sua proprietária Adriana Pereira da Silva aposta em um mercado crescente em Campos. “Contabilizamos 20% a mais nas vendas, ano a ano. Vamos nos mudar para outro lugar na Pelinca: sairemos de 80m² para uma loja de 250m²”, informou Adriana. Todos foram uníssonos ao afirmar a importância das bienais do livro na divulgação das livrarias, na difusão do livro, na formação de futuros leitores e no incremento das vendas. Também revelam o expressivo sucesso de vendas da trilogia ‘50 Tons de Cinza’, editado pela Intrínseca, cuja autora é uma ex-executiva de TV, E L James. Sua trilogia, comprada basicamente por mulheres, é  a campeã de vendas de 2012, sendo aguardado o lançamento nacional do terceiro volume, para o mês de novembro. Luciana Portinho *Publicado na capa da Folha Dois, Folha da Manhã, de hoje, 29/10.  

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