O novo que já nasceu velho
Alexandre Bastos 30/10/2012 10:44

Por Merval Pereira:

A figura que mais bem representa o atual estágio de nossa política partidária, até por que, mesmo responsável direto pela maior derrota de seu aliado o PSDB, pode se considerar “vitorioso” nessa eleição, é o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab. As características mais enraizadas, a esperteza mais óbvia, todas as ambiguidades de nossa política, que afugentam o eleitor das urnas em um nível nunca antes registrado, estão reunidas no prefeito paulistano e em seu novo-velho PSD, um partido que não é “nem de centro, nem de direita, nem de esquerda”. Para se ter uma ideia de como o prefeito paulistano é capaz de uma política pragmática, basta ver que ele é um dos principais articuladores no Congresso da aprovação de uma lei que impede novos partidos que venham a ser criados de ter tempo de televisão e fundo partidário. A ideia é desestimular a criação de novos partidos, e o prefeito Gilberto Kassab está realmente preocupado com a possibilidade de novas legendas pipocarem no cenário político. Mas ele não foi o criador de um dos mais recentes partidos políticos brasileiros? Claro, mas agora, depois de ter ameaçado disputar até no Supremo o direito a tempo de propaganda eleitoral e dinheiro, ele quer fechar a torneira. E tem razão. Ao todo são 30 partidos legalmente reconhecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral. Depois do PSD foram criados mais dois partidos: Partido Pátria Livre (que já tem até um senador) e Partido Ecológico Nacional. Na fila do TSE existem vários outros, como o Partido dos Servidores Públicos e dos Trabalhadores da Iniciativa Privada do Brasil (PSPTP), a Aliança Renovadora Nacional (ARENA); Partido Nacionalista Democrático (PND); União Democrática Nacional (UDN); Partido Pirata do Brasil (PIRATAS) e Partido Federalista.

De olho em um Ministério — Com a força que sua legenda ganhou – além de ser hoje a quarta maior bancada no Congresso, o PSD elegeu 494 prefeitos –, Kassab tornou-se uma figura importante no jogo político de Brasília, para onde se muda ao fim de seu mandato para articular do centro das decisões seu papel na disputa presidencial de 2014. Um ministério aguarda o PSD.

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