Após “Ficha Limpa”, movimento quer Reforma Política
Alexandre Bastos 23/10/2012 11:44

O MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral), organização da sociedade civil integrada por mais de 50 entidades nacionais de diversos segmentos, está engajado na Iniciativa Popular pela Reforma do Sistema Político Brasileiro.

Para a diretora do MCCE, Jovita José Rosa, o financiamento de campanha é a raiz do problema. "Vivemos num país capitalista. Nenhum empresário vai doar R$ 50 mil, R$ 100 mil para campanha por conta das minhas boas ideias. Tudo isso é investimento que ele quer cobrar com juros e correções monetárias", afirma. Na visão da diretora, as doações acabam culminando na corrupção, o que transforma a situação num ciclo vicioso. "O político fica refém desse financiamento e uma coisa alimenta a outra. Queremos acabar com isso", destaca.

A principal bandeira do MCCE foi a Lei da Ficha Limpa. "Nós idealizamos, redigimos o texto, recolhemos as assinaturas,  levamos ao Congresso e acompanhamos. Começou em maio de 2008", recorda, ressaltando que a resistência entre os parlamentares foi muito grande. Quando o Ficha Limpa foi apresentado, havia nove projetos do mesmo teor parados no Congresso. Para viabilizar a lei, o MCCE fez textos substitutivos para todas as proposituras.

A diretora do movimento acredita que a definição do voto aberto para a legislação foi essencial para o sucesso da proposta. "Ninguém queria levar ônus de não ter votado. Foi a primeira coisa que negociamos (com os líderes das bancadas) e foi fundamental para o êxito", analisa.

A pressão popular e da mídia foram o grande motor para pressionar os deputados e senadores. "Na época da votação, teve deputado que recebeu 20 mil e-mails. A sociedade participou não só com assinaturas. Foi muito efetiva. Os deputados votaram não porque tinham consciência. As pessoas que queriam vida política maior votaram", reitera, frisando que agora é o momento de lutar pela Reforma Política.

Fonte: Diário do Grande ABC

 

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