Quando o sangue não é suficiente!
mabamestrado 29/09/2012 08:31
Temos acompanhado, amiúde, pasmos, discussões, algumas acaloradas, outras aéticas, algumas telúricas, sobre a concorrência entre laços de sangue, que trouxe à baila um primado importante: “as vezes o sangue não é suficiente”. Ficamos estarrecidos quando candidatos se auto-proclamam a continuação de um líder político, lamentavelmente, por vezes, falecido, como se o fato de ser, por exemplo, um irmão, fosse suficiente para transferir conceitos de boa política, caráter e cidadania. Se assim o fosse, pais honestos não teriam filhos marginais! Dar continuidade em política é trilhar por caminhos seguros na seara de quem acompanhava o mentor, conhecendo as minúcias do zelo pela Coisa Pública, sendo-lhe parceiro, segundo em comando e, principalmente tendo um relacionamento respeitoso e fraterno com aquele de quem estamos a sorver o conhecimento. Cora aos mais audaciosos que pessoas que muitas vezes, sequer falavam a contento com seu consangüíneo, venham tentar aportar nas águas da Edilidade, trazendo ao público inverdades e invadindo as portas seguras do recôndito familiar, inclusive com manifestações sobre a vida privada de emérito finado, em flagrante desrespeito e total ausência do chamado “senso do limite”. Mais compostura senhores...menos devaneios...mais seriedade...não é porque a lídima possibilidade da elegibilidade foi sedimentada no seio Constitucional que poderemos banalizar as condutas éticas e usar de expedientes espúrios para investir numa seara que “deveria” ser do Serviço Público, mas que por nossa experiência jurídica cotidiana, deságua no locupletamento indevido. Menos senhores...menos audácia maliciosa nesta busca do “elo de ouro”, pois a eleição é fugaz, passageira...após dia 07/10/2012 os “aventureiros políticos” voltam a ser reles mortais, com sua vidas efêmeras e seus corpos já depauperados. O que ficará? Ficará a mágoa, a angústia das palavras mal lançadas, do desrespeito vaticinado, da ação fratricida à memória do ente familiar. As vezes olho para as estrelas e penso nos que já partiram; nos seus sorrisos; nas suas falas já tão conhecidas; as vezes me entristeço, pois o legado de uma política valorosa não pode ser corrompido pelos sonhos de megalômanos daqueles que não conseguem vislumbrar o ululante, ou seja, nasceram para serem elo; nunca serão cadeado na “corrente da vida”! (Texto de autoria do Dr. José Eduardo Pessanha)

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    Marco Barcelos

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