Inconsistência da política local
lucianaportinho 30/09/2012 19:36
A cidade é maior do que cada um de  nós. Assim terminei o post no blog do dia 28/09, ver aqui. Toda vez que me percebo sintonizada à realidade “real” - fato bem  frequente - sinto a mesma satisfação. Por formação política, aprendi a pensar de forma crítica e autocrítica e a interpretar o que me é apresentado pronto. Caixa preta é quadrada, não desce redondo. Escrevo isso aqui provocada pela decisão que tomei, tempos atrás, de cortar a TV das minhas horas de entretenimento. Evidente que alguma coisa, vez por outra, assisto.  E bem constato que não me retirei do todo pela radical decisão – seletiva - tomada. É que não disponho das horas diárias que desejaria estivessem reservadas para as pessoas e afazeres que me trazem plenitude. Feita a introdução, hoje um domingo hibernado, algumas leituras e na revista Época que vai nesta semana às bancas, a chamada “Sua cidade precisa de você”. Praticamente a revista inteira falando e comparando cidades do Brasil nos mais variados quesitos. Da saúde e educação à cultura. São reportagens e bons artigos que logo me remetem a Campos. No último deles, a jornalista Ruth Aquino, nos diz que “... a cidade é bem mais que um amontoado de concreto e verde – é uma experiência de bem-estar ou mal-estar”. Pois, dói ver a cidade que desejamos viver não aparecer bem em nenhuma das estatísticas que o semanário traz: melhor dizendo, nem sombra de Campos aparece. Com um punhado de políticas públicas estanques, sem nenhuma plasticidade entre si, o que nos oferecem são obras mal acabadas, caras e de gosto duvidoso. Não é preciso ser urbanista, para compreender que as cidades nos prendem (assim como as gentes) por sua personalidade. Cada bairro tem seu charme em sua história e naquilo que significa para o todo, ou seja, para a cidade. O que estão fazendo com Campos, em momento de crescimento empurrado pela aposta da inciativa privada em mega investimentos, é subtrair mais ainda do tanto que  foi sacado da nossa referência. O campo, origem do campista e de sua identidade,  foi desprezado. Nas áreas urbanas, obras idênticas, pouco importando em que bairro ou distrito se localizam. Dou como único exemplo para não cansá-lo, caro leitor, a mísera calçada feita no entorno do Palácio da Cultura. Em qualquer cidade da Terra, palácio é PALÁCIO. Demanda trato especial. Foram arrumar a calçada que estava em estado precário. Retiraram as pedras portuguesas e colocaram o cimento do mesmo (com seus indefectíveis bloquetes pintados) que a bangu é jogado pelos quatro cantos do município. Paro por aqui, sugiro que leiam a edição desta semana da Época. Já na primeira matéria tem título sugestivo, “Na vida prática, um bom prefeito pode ser mais importante que o governador ou o presidente”. Somos menores que as cidades, mas, ricas (como a nossa) ou pobres, elas existem para nós. LP  

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