[caption id="attachment_4640" align="alignleft" width="350" caption="Bronze de Salvador Dali"]
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Vênus Real
Luciana Portinho
Do pouco que recente vi, suficiente me significou. Assisti a uma delicada exposição do superbo espanhol Salvador Dali, em Praga. O surrealismo é certamente a corrente nas artes plásticas que mais me tocou: desarrumou a percepção equilibrada (clássica) na qual fui confortavelmente posta para crescer. Uma das peças expostas de Dali, me fascinou por completo; a de uma pequena escultura em bronze. Era Vênus, postura e medidas harmônicas. Corpo em compartimentos, por gavetas distribuídas,em sua anatomia.
Prosa e Verso (O Globo) de sábado 8/09/12, contra capa perfeita, escrita na horizontal, deitada, em o artigo de Mamede Mustafa Farouche, "Entre lendas árabes e Dom Pedro II", aliás também destaque ao
Aluysio Abreu Barbosa que na
Folha Letras de 07/09/12 arrebatou com " Vertigem do Amor". De volta ao Mamede, ele em determinado momento nos fala do "desaparecimento no limbo da minha mesa de trabalho"...Regresso em memória à aquela pequena escultura de Dali. Pouso em meus papéis (por aparente) seguros no monte equilibrado da minha escrivaninha ou me planto ao lado daqueles malocados nas gavetas de meu closet e me assusto com os esquecidos nas quantas portinholas de minha memória que quando quero não linka e que conecta quando menos espero.
E assim a percepção real:
um tanto lenda,
um tanto fantasia,
um tanto fato.