[caption id="attachment_3818" align="aligncenter" width="756" caption="Os credores de Sapucaia compareceram em peso à Assembleia"]
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A Assembleia de Credores da Usina Sapucaia, que decidiria o destino da indústria nessa quinta-feira, foi realizada sob clima de forte repúdio ao Grupo Surubi-Canabrava, que interpôs vários agravos para impedir a aprovação pela assembleia da proposta de aquisição da usina pela MPE, a única apresentada.
O agravo interposto pelo Grupo Surubi – Cana Brava, do empresário Ludovico Giannattasio, alega não foi aplicado o princípio de isonomia, já que o edital previa o depósito de 13 milhões para pagamento de dívidas trabalhistas, mas que a MPE apresentou uma garantia real em forma de seguro, que prevê o depósito dos 13 milhões em 48h, após a aprovação pela assembleia.
Por outro lado, os credores de Sapucaia alegam que a Surubi-Cana Brava, que não compareceu com proposta no prazo legal, apenas pretende por meio de manobras judiciais, dificultar a realização da venda para provocar a decretação da falência de Sapucaia, eliminando, assim, um futuro concorrente. O clima esteve bastante tenso e a segurança dos advogados de Ludovico foi colocada em dúvida pelos organizadores que retiraram os profissionais do plenário e os colocaram na mesa diretora.
Parceria entre MPE e Coagro
[caption id="attachment_3819" align="aligncenter" width="755" caption="Frederico Paes, da Coagro, e o advogado da MPE, Aluizio Salazar, anunciaram parceria para gestão de Sapucaia"][/caption]
Durante a assembleia foi anunciada oficialmente uma parceria entre a MPE e a Coagro que ficaria responsável pela gestão da indústria. O anúncio foi fortemente aplaudido pelos ex-funcionários e credores, já que a Coagro tem o lastro de uma administração vitoriosa na unidade industrial que comanda, garantindo os direitos dos trabalhadores e o pagamento dia de fornecedores. Além de ter passado por uma modernização no campo com colheitadeiras de última geração e novas práticas trabalhistas.
Também foi bastante questionada a disposição do Grupo Cana Brava em comprar uma usina em recuperação judicial, quando ela mesma estaria passando por esse processo.
Repúdio & Dúvidas
[caption id="attachment_3820" align="aligncenter" width="756" caption="O empresário Lulu Henriques questiona duramente os advogados do Grupo Surubi-Cana Brava"][/caption]
O empresário Lulu Henriques, um dos maiores fornecedores de cana da região, fez graves questionamentos e lembrou que a Cana Brava lhe deve 300 mil reais desde fevereiro: “Se não paga 300 mil reais a um fornecedor, como quer se comprometer a pagar os milhões de um negócio desse porte?”
Ao fim da assembleia, todos os credores, trabalhadores, credores com garantia real e credores quirografários aprovaram em votação a proposta do Grupo MPE e repudiaram qualquer outra proposta do Grupo Cana Brava, chegando a afirmar que se houver proposta da Cana Brava por via judicial ela será recusada na próxima eventual assembleia. A decisão do desembargador Jorge Luiz Habib sobre o agravo do Grupo Surubi-Cana Brava, apesar de ter garantido a realização da assembleia, deixou as decisões tomadas por ela sub-judíce. Vamos aguardar os próximos capítulos.