A "desistência" de Rosinha
Christiano 05/06/2012 21:33

A política da cidade foi sacudida hoje pela notícia, publicada no jornal O Diário, que Rosinha teria desistido de ser candidata à reeleição nas eleições municipais. A prefeita teria alegado que pretende dar mais atenção à sua vida pessoal e à família, além de ter afirmado, segundo o jornal, que estaria cansada das perseguições.

Como o jornal pertence ao grupo político de Garotinho (muitos afirmam ser dele a real propriedade), é improvável que a matéria não tenha o seu total aval. Partindo desta premissa, passa-se a especulação de quais seriam os reais motivos de tal decisão, se é que ela realmente aconteceu de fato.

Não há, até o momento, declaração oficial de Rosinha neste sentido. Garotinho, líder do grupo político e gestor principal dos seus rumos, ainda não se pronunciou em seu blog. Clarissa, confirmou na Alerj que Rosinha vive um momento confuso e que sua mãe não quer ser candidata, mas não confirmou a desistência (confira aqui, no Blog do Bastos).

Rosinha é, hoje, a grande favorita entre os pré-candidatos à Prefeitura de Campos. Tem a seu favor o instituto e a estatística da reeleição, a máquina da Prefeitura, um excelente estrategista ao seu lado (Garotinho), a maioria dos vereadores, uma grande coligação e um grupo político estabelecido.

Além disto, não faz um governo ruim. A sua oposição é desunida, desarticulada e não conta com candidatos com grande densidade eleitoral neste momento, salvo Arnaldo Vianna, que vive às voltas com inelegibilidades na justiça.

Porque então "desistir"? Pode ser real a desistência, pode ser real o motivo, pode ser estratégia de marketing, podem haver outros motivos. Uma matéria como esta dá margem a todos os tipos de especulações. E, em todas elas, no meu ponto de vista, a prefeita perde.

Se a desistência for real, o grupo político não tem outro nome forte como o de Rosinha. O próprio Garotinho é um nome mais fraco, por ter maior rejeição. Ele, como os filhos e Nahim, estão impedidos de ser candidatos por Rosinha não ter se descompatibilizado no tempo correto.

Os outros possíveis nomes do grupo seriam Pudim, derrotado duas vezes à Prefeitura (em 2004 e 2006), Chicão, vice-prefeito atual, e Mauro Silva, que vem ganhando força ultimamente. Qualquer um deles que seja, a eleição, dada como favas contadas, passaria a ficar indefinida.

Se for um golpe de marketing, para ela ser incensada a vir candidata e ser convencida pelos anseios da população e do seu grupo político, é uma comédia pastelão, com contornos de novela mexicana. O resultado seria uma líder inconstante e insegura, o que afetaria a sua imagem. Mas, para quem já protagonizou uma patética greve de fome, tudo pode acontecer.

Outro motivo que se especula é a certeza de um impedimento na justiça, seja por inelegibilidade ou por uma cassação no TRE, já que está para ser julgado novamente o processo que condenou Rosinha por duas vezes, uma em 2ª instância em 2010 (que foi anulada posteriormente no TSE) e outra em 1ª instância em 2011.

O jornalista Roberto Barbosa apostou na certeza da cassação pelo TRE (confira aqui). Já os oposicionistas Roberto Henriques e Marcos Bacellar dispararam contra Rosinha, aqui e aqui. A própria prefeita deu margem a todos os tipos de especulação. A seguir, cenas dos próximos capítulos.

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    Christiano Abreu Barbosa

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