Alunos da Uenf novamente "inauguram" Bandejão com obras paralisadas
Esdras
A luta pelo “Bandejão”, o Restaurante Universitário da Uenf, uma das principais reivindicações dos estudantes, fez história no movimento estudantil da universidade, começando a ganhar mais força a partir de 2006, quando a Alerj anunciou a verba para o “Bandejão”, dias depois da visita do Governador Sérgio Cabral para a terceira inauguração do Centro de Convenções da Uenf.    A verba de R$ 5 milhões aportou nos cofres da universidade no dia 8 de Julho de 2008, mas a obra só começou a ser erguida no início de 2009, com prazo de 17 meses para sua conclusão.    Depois de muitas e estranhas trapalhadas administrativas, percalços por falta de sondagem do terreno e fortes suspeitas de irregularidades, que levaram à abertura de inquérito no Ministério Público Estadual, e a paralisação das obras pela Construtora Zuhause, nada mudou, o esqueleto do “Bandejão” continua inerte como um grande elefante branco e os alunos prosseguem manifestando a sua insatisfação por não poderem contar com boa alimentação a preços justos.    Mas, na última quarta-feira (30), os alunos da Uenf resolveram, por conta própria, inaugurar o famoso “Bandejão”. Enquanto a Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do estado do Rio de Janeiro (Alerj) realizava uma audiência pública para discutir a situação crítica em que se encontra o financiamento da Uenf, centenas de estudantes se reuniram para realizar uma manifestação no esqueleto inacabado do restaurante universitário, que teve suas obras paralisadas em fevereiro de 2011 por ordem do ex-reitor e atual presidente da Fenorte, Almy Jr.    Para o protesto, os alunos levaram fogão, mesas, e ingredientes e prepararam cachorro-quente na entrada do “Bandejão”, enquanto outro grupo preparava os cartazes para a manifestação iniciada às 10h30.    A intenção dos alunos foi mostrar que há muito tempo o “Bandejão” deveria estar sendo utilizado de maneira útil. Segundo a aluna de Ciências Sociais e integrante do Diretório Central dos Estudantes, Hadma Souza, essa manifestação foi uma tentativa de criar um ambiente para os estudantes conhecerem o espaço, pois alguns ainda não conheciam o prédio, e aproveitar para conviver e dialogar entre si, e não só ficar gritando palavras de ordem.    A integrante do DCE declarou ainda que, mesmo tendo uma bolsa de iniciação científica, os gastos são muito altos. Segundo ela, nas proximidades da universidade, o custo da alimentação é muito alto, o quilo da comida é cobrado a cerca de R$ 23,00.    A manifestação também contou com a presença de alguns professores da universidade que marcaram presença, juntamente com o prefeito do campus Gustavo Xavier, a assessoria de comunicação da Uenf também estava lá registrando fotograficamente a manifestação. Até o Pró-Reitor de Extensão, Paulo Nagibe, compareceu, representando a Reitoria.    No dia seguinte, os alunos realizaram outra manifestação, improvisando a distribuição de cachorros-quentes para mostrar que eles têm necessidade de comer todos os dias.    Aproveitando a ocasião, os estudantes levaram cachorros-quentes até a reitoria para incentivar o reitor a participar desse ato contra a paralisação que vem prejudicando os alunos há tanto tempo. “A gente espera ter um alcance maior na audiência e não só dentro da universidade. Não cabe mais somente à universidade tomar as providências para que isso vá à frente, já se tornou um problema público. Recebemos reclamações, na última audiência em que participamos, de que o Bandejão tem que ser um problema resolvido dentro da universidade, e nós queremos mostrar que não. É um dinheiro público, que vem de todo mundo, e que todo mundo tem que ficar sabendo disso, não só a comunidade universitária da Uenf”, explicou Hadma.    A manifestação  bem humorada foi mais uma demonstração de que a ideia da Universidade de promover a assistência estudantil precisa sair das propostas e do pensamento e cair na realidade. Licitação realizada Na quinta-feira, foi realizada uma licitação, na modalidade concorrência, para as obras de conclusão do prédio do Restaurante Universitário, da Universidade Estadual do Norte Fluminense, por cerca de R$ 1.700.000. Segundo informações, a licitação foi ganha pela Construbon. Vamos torcer para que desta vez as obras sejam devidamente fiscalizadas pela Uenf e concluídas sem interrupções, ou necessidade dos famosos 25% de aditivos ao contrato.
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