Brasil+200 milhões
lucianaportinho 11/05/2012 15:58
A imprensa carioca tem manifestado sua irritação (como hoje na primeira página de O Gobo) com o prejuízo causado pela população de rua que ocupa praças e parques da cidade,  em contra-mão à proximidade da Rio+20.  A preocupação declarada é com 'um cenário mais digno de boas recordações para visitantes que conhecerão a cidade durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20'. Parcela da massa crítica da capital do estado do Rio, preocupa-se  com os belos cartões-postais, tomados por moradores de rua. Eu, pelo meu lado, me estranho com a sociedade individualista da qual sou parte; esta pelo jeito não se importa mais com os humanos que habitam nas ruas. Esses,  são notados como intrusos em uma bela paisagem. Como aquela mosca indesejável rondando a nossa mesa de festa. Inteiros estraga prazeres. Deixo aqui, um pensamento do Nobel da Literatura de 2008,  o francês Le Clézio. Le Clézio, foi o escritor abordado, hoje (11/05),  pela Folha Letras, Folha Dois, do jornal Folha da Manhã. (http://www.fmanha.com.br/) “Trata-se de um conjunto, de um todo, a sociedade, e, podre, uma vez que é preciso contar com ela ao mesmo tempo que se não deve contar. Quer dizer, é como um conjunto estável, composto por elementos instáveis. Ora é impossível viver no interior, sem sofrer essa instabilidade, esse monte de mentiras. Surge então o medo de utilizar o mínimo pormenor que participe dessa instabilidade. É a revolta. Você duvida do valor das palavras, dos gestos, do que representam as palavras, das ideias, das mais simples associações de ideias, dos sonhos e até da realidade, das sensações mais claras, mais agudas. Você duvida mesmo da duvida, da organização que toma, da forma que adota. Não lhe fica nada. Já não é nada, é um camaleão, um eco, uma sombra. Isso é obra da sociedade, compreende?”

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