Maratona de Santiago, por Alê Natalino
Marcos Almeida 05/04/2012 05:13

Olha, esse "urso chileno" é grande pra caramba!!! E olha que eu não o substimei... Tempo quente (28o) e seco (<30% umidade), a prova começou tarde: às 08:30. Minha 1a perna foi no protocolo - 1 hr 47'. Podia ter feito menos se os pontos de hidratação ajudassem e a altimetria no Km 20 fosse menos agressiva. Já a 2a perna...nossa, que lenha!!! Fiz em 2hrs10, é mole? E aí, nem se os pontos fossem mais eficazes, ou a altimetria mais suave me manteriam focado.

Em muitos pontos de hidratação era pouco provável que seguíssemos correndo. Eu particularmente parei em todos a partir do 21 e isso quebra demais o ritmo. Cheguei a me condicionar às paradas a partir do km 21 e a cada parada (de 3 em 3K). No final faz muita falta...faz muita diferença... Devo ter perdido uns 10´ nestes pontos. Achei o percurso realmente difícil. A altimetria com suas variações ao longo dos primeiros 30 km, põe à prova a experiência e resistência do corredor. Muita gente "tombada"...impressionante. Se engana quem acha que nos últimos 12k dá pra soltar...ao contrário! Deve-se cuidar do quadríceps...

De qualquer maneira, valeu a pena. Vale o resultado porque esse tipo de prova valoriza nossa doação, dedicação e sacrifício...social especialmente. Para àqueles que querem participar nos próximos anos, vale destacar que o crescimento de inscritos é grande. Em 2006 haviam 6.000 inscritos nos 10K, 21K e na Maratona. Este ano este número chegou a 25 mil!!! A Adidas foi a organizadora e isso foi muito bom, apesar de que tudo nesta vida pode ser melhorado... Listei alguns pontos que observei e os considero positivos e negativos:

- Positivos: Feira bacana, organizada e bem sinalizada, de fácil acesso e fluxo eficiente na entrega do kit; As largadas foram separadas: 1o a Maratona, depois às 08:45 a Meia e por fim, às 09:00 a galera dos 10K; Existia um afunilamento nos primeiros 200 metros que geraram um falso aglomeramento, por outro lado a troca de energia com as arquibancadas e aqueles que esperavam em seus currais as próximas largadas foi maravilhosa. Rapidamente esse suposto aglomeramento se dissolveu porque ganhamos as vias. Várias atracões na largada/chegada e ao longo do percurso como: bandas, participação efetiva dos bombeiros de Santiago, bem policiada, com muitos voluntários que sinalizavam curvas, acessos, etc.; Varios pontos de hidratação: 1 ponto a cada 5 K até o 15K. A partir daí, 1 ponto a cada 3K, até o final. Em todos os pontos de hidratação, também distribuia-se Gatorade e esponjas umidecidas; 2 pontos de distribuição de gel (GU); Frutas no final e na chegada; Bastante gente na rua animando os participantes.

- Negativos: Iniciar às 08:30 é muito tarde, especialmente com o clima que está no Chile. Talvez porque, como no Brasil em algumas provas, a TV transmitira ao vivo; Os pontos de hidratação eram super curtos = passagens pequenas; O principal ponto acerca deste tema (hidratação), foram os copos. Eram de papelão com uns 2 dedos de água em cada um!!! Ou seja, depois do 3o ponto, o corredor tinha que pegar mais que 2 copos e do meio para o fim, mais que 3 copos!!! Sim, porque o calor foi grande... Outro stress foi o trânsito. E nesse ponto estamos muito à frente. Os chilenos de Santiago, em sua maioria desavisados, nem sabiam que haveria uma prova desta magnitude neste 1o de abril. Resultado: um caos!!! Buzinavam enlouquecidamente e muitos se arriscavam cruzar à frente dos corredores pondo em risco a segurança dos participantes. A polícia nada fazia...a nao ser sinalizar. Achei que os pontos de resgate insuficientes, especialmente nos últimos 10K (ponto crítico). Muita gente caída e pouquíssima assistência médica. Bom, mais uma pra conta e que venham muitas outras!

Temos 2 meias (Asics RJ e SP) até Berlin, em setembro.

Alessandro Natalino

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    Sobre o autor

    Marcos Almeida

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    Marcos Almeida é assessor esportivo, especialista em Ciência da Musculação e mestre em Ciência da Motricidade Humana.

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