Exposição Fotográfica no IFF Campus Centro
diomarcelo 08/04/2012 02:06
      A minha fotografia, enquanto arte, só existirá se existir o prazer. E um dos meus prazeres é o ócio, a ausência de telefone, internet, agendas de amigos e alunos, combustível vital para quem trabalha com criação gráfica. No início deste ano, em fevereiro, daqueles dos domingos ensolarados, contemplava um final de semana desses que nos permite enxergar melhor aquilo que esta ao nosso redor, na casa da minha mãe, e me permiti “mergulhar” em amarelo e laranja, além de um vermelho intrínseco entre as duas cores. Uma experiência transcende a cromática; fui levado a desenvolver minha percepção e criatividade, explicações que temos na psicologia das cores, que defende também que “diante de cores quentes nos sentimos confortados, alegres e expressivos”, ingredientes destas fotos.   Meu contato com a fotografia já conta duas décadas. Hoje, me vejo mais envolvido com as cores, formas, texturas e linhas. A harmonia entre esses elementos, tudo sem um significado lógico, faz com que os “meus leitores” a observem com perspectivas diferenciadas e subjetivas, visão antagônica do fotojornalismo, trabalho figurativo e também fonte expressa nesses 20 anos de dedicação à fotografia. Hoje, busco ser condutor de um barco sem porto, sem a preocupação de onde a viajem vai nos levar.   Não me preocupo se alguém vai gostar ou não. Fotografo para mim e pra todo aquele que não entenda a minha lógica. Só preciso que ele “curta” e se “cutuque” com indagações: “o que é isso e que sentido faz?”. Isso me alimenta a alma e a criação. Quando clico estas imagens, não é para ter sentido, é momento em que me senti bem, melhor do que um sentido lógico. Elas me levam para outro mundo, um mundo menos empacotado, menos direcionado.   Não encontro adjetivos para retratar o meu prazer pela fotografia, “já fotografei muita coisa por dinheiro somente” mas confesso que hoje estou bem menos tolerante a isso. Como diz o Baleiro, “minha religião é prazer”. Curto viagens e a fotografia é meu passaporte. Trabalho para uma editora paulista que me permite isso, o click é um complemento nessas viagens. Compartilhar conhecimentos fotográficos também é um grande barato. É bom contribuir com a evolução de percepção fotográfica do outro.   Em “No calor da casa de mamãe”, verifica-se que é uma síntese da convivência (olhares libertadores) com Man Ray, Rodchenko, Laszlo Moholy-Nagy, Mark Rothko, Hélio Oiticica, Lygia Clark, Kandisnsky, Mondriand, Amilca de Castro, Paul Klee, Kasimir Malevich e alguns outros. E só depois das imagens concebidas, pude observar essa influência expressa.   Agora, com licença, preciso voltar para o ócio.

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    Diomarcelo Pessanha

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