Acuado por Garotinho, Vizela diz que nunca se apresentou como advogado
Esdras 18/03/2012 01:07
A forte polêmica gerada pelas declarações do professor de Matemática Paulo Vizela sobre aspectos eleitorais no município pegou fogo com as suas declarações de que a prefeita Rosinha Garotinho estaria inelegível e o ex-prefeito Arnaldo Viana estaria elegível para as eleições de 2012. Segundo o blog do jornalista Roberto Barbosa, “Garotinho reagiu. Em seu programa de rádio iniciou uma ofensiva, questionando o diploma de Vizela como especialista em Direito Eleitoral e disse que, se Vizela apresentar o diploma de advogado, ele rasga o de deputado”. Para colocar mais lenha na fogueira, o diretório do PTC em Campos, presidido por Thiago Virgílio, deu entrada na OAB-Campos com um pedido de informações para saber se Vizela tem registro da entidade para atuar como advogado. No documento, o PTC diz que “ele passa a impressão de ser advogado e que estaria atuando de forma nociva” e que “vem concedendo entrevistas à imprensa como se graduado em Direito fosse”. No mesmo documento o PTC solicita: “Que a Ordem impetre medida judicial para fazer cessar a atividade nociva apontada, uma vez que a mesma vem causando lesão de alta magnitude aos advogados regularmente inscritos nessa Subseccional, que não devem se submeter a certificado de curso de pós-graduação feito à distância”. Com esses ingredientes fervendo no caldeirão político de Campos, a equipe da Somos procurou ouvir a versão do professor de Matemática Paulo Vizela que, na defensiva e, aparentemente abalado com a polêmica, concedeu uma entrevista bastante tensa, publicada na edição desse domingo, nas bancas. Leia alguns trechos da imperdível entrevista: Somos: Qual sua formação? Paulo: Sou professor de matemática, tenho pós-graduação em Planejamento Educacional e em Direito Eleitoral. Somos: Você não é advogado? Paulo: Não sou e nunca me coloquei como tal. Somos: A polêmica surgiu porque tem gente que diz que você não pode pós-graduar se não graduou. Também recebi cópia dessa representação do partido. Como começou essa polêmica? Paulo: Pelo que eu sei é como você tá fazendo comigo, que me faz perguntas e eu respondo, e alguém não gostou das respostas. Somos: Quais respostas você acha que foram contundentes? Paulo: Em primeiro lugar eu respondi sem acrescentar nomes de forma pejorativa a alguém, não denegri ninguém, nem nada, como sempre faço. Me perguntaram o que eu sei e eu respondi. Eu respondi como qualquer cidadão tem o direito de responder. Comparando para você entender, se você pegar o programa do Garotinho, ele faz afirmação o tempo todo sobre temas eleitorais e, no entanto, não tem graduação nenhuma, nem de leve. Eu me pergunto: eu fiz uma pós-graduação e tenho mais conhecimento do que ele, mas o fato de eu ter conhecimento, em momento algum me dá o direito de pleitear OAB. Eu não tenho direito. Eu não sou advogado e nunca me apresentei como tal coisa. Lembrando bem seu pai (de Esdras) que não era, mas era um profundo conhecedor do assunto, ele fazia pronunciamento como eu vos faço. Se o Ernani estivesse aqui, ele estaria fazendo coro comigo em muitas coisas e discordando até em outras. O meu direito de falar o que penso é direito constitucional, o seu direito de emitir opinião é o seu direito baseado na liberdade de imprensa. Agora, ninguém vai impedir que eu emita minha opinião. Discordem! É um direito!  Somos: Aqui (na representação do PTC) está dizendo que você se apresenta como pós-graduado. O partido pede que a OAB entre com um pedido judicial contra você. Paulo: É direito de qualquer um contestar o que quiser. Estou procurando aqui algo que vai te interessar (mostrando arquivos no laptop)... De quem é essa prestação de contas? Somos: De Thiago Virgilho. Paulo: Quando ele precisou de alguém com algum conhecimento para fazer a prestação de contas dele, quem preparou a prestação de contas fui eu.  Somos: Voltando à polêmica, estou observando, no diploma da pós, que você conclui em agosto de 2011, 360 horas de aula. Isso é em Minas Gerais? Paulo: É em Minas Gerais. Somos: Mas ali tá dizendo que é virtual. Então você não teve que ir lá? Paulo: Foi. Somos: Virtual é como? No computador, pela internet? Paulo: Também. Quase todas as faculdades hoje têm disciplina virtual. Se você chegar aqui na Estácio, tem uma disciplina virtual. Tem a presencial e tem a virtual. E o fato de ser virtual, pergunto eu a você antes que você me pergunte: Onde está a ilegalidade?  Somos: Você exerce isso como profissão? Você tem a pós-graduação em Direito Eleitoral. Essas pessoas que te procuram para prestação de contas, qual é a relação? É por amizade ou profissionalmente? Paulo: Eu vou te responder. O dentista, o odontólogo, ele faz dentadura? Somos: Alguns têm formação pra isso, outros passam para outro profissional fazer. Paulo: Normalmente quem o faz? Somos: O protético. Paulo: O protético pode cuidar da boca de alguém? Somos: Obviamente, não. Paulo: Trabalha onde, então? Na retaguarda do dentista. Somos: Então você é o protético do direito eleitoral? Paulo: Se você quiser ver assim... Somos: Eu não. É você que está explicando assim. Paulo: Você ligou pra mim dizendo que queria fazer uma entrevista comigo, está me parecendo uma inquisição... Entrevista completa na edição da Somos dessa semana, nas bancas.

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